Para quem quer conhecer o Marajó e sua história, recomendo esta bonita publicação dos professores Agenor Pacheco, Denise Schaan e Jane Beltrão.
http://www.marajoara.com/files/didatico_FINAL_LOW.pdf
Baixem.
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quarta-feira, 31 de agosto de 2011
terça-feira, 30 de agosto de 2011
Sexta-feira, 31/10/2008, 18h46
Cedeca promove em hotel campanha contra exploração sexual
O Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca-Emaús) realizará a partir da próxima segunda-feira, 03, no Hilton Hotel, em Belém (PA), várias oficinas sobre exploração sexual, tráfico de seres humanos e direitos de crianças e adolescentes para os 270 funcionários do estabelecimento. As oficinas terão continuidade nos dias 04, 05 e 06 de novembro.
O Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca-Emaús) realizará a partir da próxima segunda-feira, 03, no Hilton Hotel, em Belém (PA), várias oficinas sobre exploração sexual, tráfico de seres humanos e direitos de crianças e adolescentes para os 270 funcionários do estabelecimento. As oficinas terão continuidade nos dias 04, 05 e 06 de novembro.
O objetivo das oficinas é passar para os funcionários conhecimentos sobre esses temas, para que eles saibam como agir quando se depararem com um caso de violência sexual entre os hóspedes. O Hilton Hotel também colocará à disposição dos hóspedes, material com informações sobre os principais crimes sexuais e suas punições, disponíveis na recepção e nos apartamentos do hotel.
A ação, que conta com a parceria da Associação da Indústria Hoteleira e da Companhia Paraense de Turismo (Paratur), faz parte da campanha “Estamos de Portas Fechadas à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”, lançada em 2005 pelo Cedeca, para combater o turismo sexual no Estado.
Cerca de 10 hotéis de Belém e da Ilha do Marajó já aderiram à campanha e receberam treinamentos, sendo que alguns deles, até já presenciaram situações suspeitas e denunciaram à polícia.
A campanha também pretende estimular os hotéis a produzirem um Código de Conduta para o turismo sustentável no Estado, para mostrar aos visitantes que a exploração sexual de meninos e meninas da região é combatida e inaceitável pelos funcionários de cada estabelecimento. (Agência Unama).
O objetivo das oficinas é passar para os funcionários conhecimentos sobre esses temas, para que eles saibam como agir quando se depararem com um caso de violência sexual entre os hóspedes. O Hilton Hotel também colocará à disposição dos hóspedes, material com informações sobre os principais crimes sexuais e suas punições, disponíveis na recepção e nos apartamentos do hotel.
A ação, que conta com a parceria da Associação da Indústria Hoteleira e da Companhia Paraense de Turismo (Paratur), faz parte da campanha “Estamos de Portas Fechadas à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”, lançada em 2005 pelo Cedeca, para combater o turismo sexual no Estado.
Cerca de 10 hotéis de Belém e da Ilha do Marajó já aderiram à campanha e receberam treinamentos, sendo que alguns deles, até já presenciaram situações suspeitas e denunciaram à polícia.
A campanha também pretende estimular os hotéis a produzirem um Código de Conduta para o turismo sustentável no Estado, para mostrar aos visitantes que a exploração sexual de meninos e meninas da região é combatida e inaceitável pelos funcionários de cada estabelecimento. (Agência Unama).
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Continuando nossa saga pela culinária Amazônia, encontramos a pílula da felicidade: a castanha-da-Amazônia (do Pará). Isto mesmo, pílula da felicidade, do bom humor, da inteligência, combate o estresse, a depressão e o envelhecimento porque a quantidade de selênio na castanha (2.500 vezes qualquer outra noz) é tão grande que bastam duas unidades para suprir, de forma natural, as necessidades diárias deste micro-elemento. Infelizmente, os grandes castanhais de Marabá e municípios do Sul do Pará foram substituídos por pastos pra boi e no Acre e Mato Grosso os castanhais estão no mesmo caminho. A castanheira é a Estátua da Liberdade da Amazônia, a rainha da floresta, cada árvore é um monumento, um templo sagrado, uma explosão de vida. Domina o dossel da mata, chegando à surpreendente altura de 55 m. Ainda que existam plantios, 99% da produção provém da coleta nas matas. Seu principal consumo é da amêndoa in natura. E tem mais, ajuda a manter mais de trinta mil castanheiros e seringueiros em suas reservas extrativistas!
Os chocolatáveis
Estes dois primos, cacau (Theobroma cacao) e cupuaçu (Theobroma grandiflora) têm história curiosa. Do cacau aproveitamos a amêndoa para fazer o chocolate, e em boa parte das áreas de produção se desperdiça a polpa que, a meu ver, é a melhor polpa pra sucos que existe. No mundo são milhões de pessoas que vivem do cultivo do cacau. O Brasil, como sempre, ficou pra trás, especialmente na Amazônia. Pouca gente sabe que sua origem está na Amazônia, onde o cacau-de-várzea apresenta sabor inigualável. O cupuaçu, ou cupu para os íntimos, tem um cheiro que rescende longe (experimente levá-lo em sua mala!). Sua polpa, altamente valorizada, tem produção insuficiente para tantos doces, bombons, sucos e sorvetes. De sua semente (amêndoa) faz-se o cupulate, com sabor bastante semelhante ao chocolate, mas ninguém explora. É um pouco ridículo, jogamos fora a amêndoa do cupu. Ah, tem também outras espécies de cacau, como o cupuí, uma com belíssimo buquê de flores, e um formato pequeno.
Frutas regionais
O pesquisador do Museu Goeldi, Paulo Cavalcanti, recentemente falecido, classificou mais de trezentas frutas da região. Recentemente, o fotógrafo Silvestre Silva publicou pela Metalivros o belíssimo Frutas da Amazônia, que apresenta uma centena de frutas da região. O que quero chamar a atenção é pras frutas suqueiras, aquelas boas de suco, e boas de vitamina, como o camu-camu (36 vezes mais vitamina C que a laranja), o taperebá (cajá para o Nordeste ou no Acre) e o Bacuri, esta maravilha perfumosa. São frutas presentes nas polpas para sorvetes e sucos, na doçaria, nas geleias, que pouco venceram as barreiras regionais pelo desconhecimento do consumidor fora da região e falta de estimulo para suas diversas cadeias de valor. Estas frutas tem tudo pra conquistar o mundo como foi com o açaí, basta incentivar o consumidor a conhecê-las.
Temperos loucos
Loucos, porque reverte-se seu uso conhecido, como cosmético, como banho-de-cheiro, pra uso alimentar. É como fez Fábio Sicilia, um dos grandes chefs de Belém, da Famiglia Cecília, que inventou um prato, um pesto (originalmente mangericão, pinhão (europeu), azeite e sal), à base de mulata, diga-se, da erva bem conhecida no banho-de-cheiro, catinga-de-mulata (Tanacetum vulgare). E tem gente transformando priprioca, uma raizinha danada de cheirosa que a Natura emprega em perfumaria, em tempero. E esta lista vai longe, com a vinagreira, muito usada no Maranhão.
Há casos inversos, como o do jambu, em que o alimento virou cosmético bom pra combater o envelhecimento. Apesar de ser do caribe, o jambu mergulhou no carimbó. Do encontro com o tucupi fez-se o tacacá, que causa uma pororoca de sabores e deixaria Proust inebriado, ou melhor, adormecido, isto porque a folhinha, crua ou levemente aferventada se presta a adormecer umas glândulas salivares. Há ainda as pimentas; a pimenta-de-cheiro, aquela amarelinha, que deixa gosto bom e sem arder tanto. A novidade é o trabalho com as pimentas secas que os índios do Alto Rio Negro lançarão no mercado...
Adoçante Premium, mel de abelhas nativas
As abelhas sem ferrão, as melíponas, estão por aí, no Brasil todo, nas zonas tropicais do planeta, desvalorizadas, acuadas pelo fogo, modificações nas paisagens e nossa ignorância. Mas são elas, lembram-nos os mestres da ciência, como Warwick Kerr, que garantem a polinização das plantas, de nossos alimentos. Einsten dizia que desaparecidas as abelhas, a Humanidade não duraria cinco anos. Na Amazônia são duzentas espécies, pra algumas delas Fernando Oliveira, do Iraquara, inventou uma caixinha pra que possam se reproduzir e produzir mel. O Instituto Peabiru trabalha com pelo menos quatro espécies apoiando os quilombolas e índios no Amapá e pequenos agricultores no Pará para lançar o produto no mercado.
As abelhinhas não picam, o que permite instalar as colméias ao lado das casas, e elas agradecem, polinizando o pomar, que fica forrado de frutas. É uma ótima oportunidade para gerar renda e apoiar a organização de grupos de mulheres que passam a administrar seu negócio. Além disto, lembram-nos a todo momento que não é bom queimar, desmatar, jogar lixo, deixar o esgoto a céu aberto etc, o que pode ser transformado em dinheiro pelo mecanismo de fixação de carbono (REDD). Alguém aí quer financiar um estudo sobre o tema? E principalmente: trata-se de um mel delicioso que nos protege contra muitas doenças, com propriedades organolépticas atraentes - cheiro, coloração, beleza da história, porque não existe nada com propriedades tão anti-sépticas como o mel das melíponas, o néctar da Amazônia.
A conversa está boa, mas eu vou comer a minha porção de Amazônia de hoje. De café da manhã duas castanhas, suco batido com farinha-de-mesocarpo-de-babaçú e adoçado com néctar (mel de abelhas nativas). Nas refeições o arroz com jambu e castanha, a farinha de mandioca acompanhada de suco de apricot (da Amazônia) e, como sobremesa (pode ser prato principal), açaí com farinha de tapioca (ou farinha d’água mesmo). E você, vai comer a Amazônia hoje?
Os chocolatáveis
Estes dois primos, cacau (Theobroma cacao) e cupuaçu (Theobroma grandiflora) têm história curiosa. Do cacau aproveitamos a amêndoa para fazer o chocolate, e em boa parte das áreas de produção se desperdiça a polpa que, a meu ver, é a melhor polpa pra sucos que existe. No mundo são milhões de pessoas que vivem do cultivo do cacau. O Brasil, como sempre, ficou pra trás, especialmente na Amazônia. Pouca gente sabe que sua origem está na Amazônia, onde o cacau-de-várzea apresenta sabor inigualável. O cupuaçu, ou cupu para os íntimos, tem um cheiro que rescende longe (experimente levá-lo em sua mala!). Sua polpa, altamente valorizada, tem produção insuficiente para tantos doces, bombons, sucos e sorvetes. De sua semente (amêndoa) faz-se o cupulate, com sabor bastante semelhante ao chocolate, mas ninguém explora. É um pouco ridículo, jogamos fora a amêndoa do cupu. Ah, tem também outras espécies de cacau, como o cupuí, uma com belíssimo buquê de flores, e um formato pequeno.
Frutas regionais
O pesquisador do Museu Goeldi, Paulo Cavalcanti, recentemente falecido, classificou mais de trezentas frutas da região. Recentemente, o fotógrafo Silvestre Silva publicou pela Metalivros o belíssimo Frutas da Amazônia, que apresenta uma centena de frutas da região. O que quero chamar a atenção é pras frutas suqueiras, aquelas boas de suco, e boas de vitamina, como o camu-camu (36 vezes mais vitamina C que a laranja), o taperebá (cajá para o Nordeste ou no Acre) e o Bacuri, esta maravilha perfumosa. São frutas presentes nas polpas para sorvetes e sucos, na doçaria, nas geleias, que pouco venceram as barreiras regionais pelo desconhecimento do consumidor fora da região e falta de estimulo para suas diversas cadeias de valor. Estas frutas tem tudo pra conquistar o mundo como foi com o açaí, basta incentivar o consumidor a conhecê-las.
Temperos loucos
Loucos, porque reverte-se seu uso conhecido, como cosmético, como banho-de-cheiro, pra uso alimentar. É como fez Fábio Sicilia, um dos grandes chefs de Belém, da Famiglia Cecília, que inventou um prato, um pesto (originalmente mangericão, pinhão (europeu), azeite e sal), à base de mulata, diga-se, da erva bem conhecida no banho-de-cheiro, catinga-de-mulata (Tanacetum vulgare). E tem gente transformando priprioca, uma raizinha danada de cheirosa que a Natura emprega em perfumaria, em tempero. E esta lista vai longe, com a vinagreira, muito usada no Maranhão.
Há casos inversos, como o do jambu, em que o alimento virou cosmético bom pra combater o envelhecimento. Apesar de ser do caribe, o jambu mergulhou no carimbó. Do encontro com o tucupi fez-se o tacacá, que causa uma pororoca de sabores e deixaria Proust inebriado, ou melhor, adormecido, isto porque a folhinha, crua ou levemente aferventada se presta a adormecer umas glândulas salivares. Há ainda as pimentas; a pimenta-de-cheiro, aquela amarelinha, que deixa gosto bom e sem arder tanto. A novidade é o trabalho com as pimentas secas que os índios do Alto Rio Negro lançarão no mercado...
Adoçante Premium, mel de abelhas nativas
As abelhas sem ferrão, as melíponas, estão por aí, no Brasil todo, nas zonas tropicais do planeta, desvalorizadas, acuadas pelo fogo, modificações nas paisagens e nossa ignorância. Mas são elas, lembram-nos os mestres da ciência, como Warwick Kerr, que garantem a polinização das plantas, de nossos alimentos. Einsten dizia que desaparecidas as abelhas, a Humanidade não duraria cinco anos. Na Amazônia são duzentas espécies, pra algumas delas Fernando Oliveira, do Iraquara, inventou uma caixinha pra que possam se reproduzir e produzir mel. O Instituto Peabiru trabalha com pelo menos quatro espécies apoiando os quilombolas e índios no Amapá e pequenos agricultores no Pará para lançar o produto no mercado.
As abelhinhas não picam, o que permite instalar as colméias ao lado das casas, e elas agradecem, polinizando o pomar, que fica forrado de frutas. É uma ótima oportunidade para gerar renda e apoiar a organização de grupos de mulheres que passam a administrar seu negócio. Além disto, lembram-nos a todo momento que não é bom queimar, desmatar, jogar lixo, deixar o esgoto a céu aberto etc, o que pode ser transformado em dinheiro pelo mecanismo de fixação de carbono (REDD). Alguém aí quer financiar um estudo sobre o tema? E principalmente: trata-se de um mel delicioso que nos protege contra muitas doenças, com propriedades organolépticas atraentes - cheiro, coloração, beleza da história, porque não existe nada com propriedades tão anti-sépticas como o mel das melíponas, o néctar da Amazônia.
A conversa está boa, mas eu vou comer a minha porção de Amazônia de hoje. De café da manhã duas castanhas, suco batido com farinha-de-mesocarpo-de-babaçú e adoçado com néctar (mel de abelhas nativas). Nas refeições o arroz com jambu e castanha, a farinha de mandioca acompanhada de suco de apricot (da Amazônia) e, como sobremesa (pode ser prato principal), açaí com farinha de tapioca (ou farinha d’água mesmo). E você, vai comer a Amazônia hoje?
João Meirelles Filho, mora em Belém, Pará, dirige o Instituto Peabiru e é autor de livros sobre a região - Livro de Ouro da Amazônia (Ediouro, 2003) e Grandes Expedições à Amazônia Brasileira (Metalivros, 2009), e está aprendendo a devorar a Amazônia.
Se o açaí precisou sair dos furos do Marajó para conquistar as areias das praias cariocas e o gosto do norte-americano. Da mesma maneira, se a castanha-do-Pará, ou da Amazônia (porque tem no Acre, no Mato Grosso, no Amapá, na Bolívia, Peru...), como deve ser, há anos ocupa especial atenção no mix de salgadinhos europeu e norte-americano, é porque a Amazônia têm algo mais a oferecer que carne clandestina (2/3 da carne consumida na Amazônia é pirata!).
Vamos discutir a região a partir das sete maravilhas da Amazônia, os gatilhos para devorar a floresta, que poderão salvar a Amazônia da catástrofe. São elas, sem uma ordem precisa: 1) A família das farofarinhas - as mandiocas (a brava e a mansa), 2) as três palmeiras, as árvores-da-vida - açaí, babaçu e pupunha, 3) a pílula da felicidade: a castanha-da-Amazônia (do Pará), 4) os chocolatáveis - os primos-irmãos cacau-cupuaçu, 5) As frutas regionais; 6) Os temperos loucos; e 7) O adoçante natural Premium: o néctar, mel das abelhas nativas.
Vamos aos detalhes:
1) A família das farofarinhas
A farinha de mandioca é o que os primeiros portugueses chamaram de farinha-de-pau. Nossa equação tem três desafios quando se trata da mandioca (a brava, que dá a farinha, a mansa, pra comer direto). Primeiro: o amazônida consome três vezes mais farinha-de-mandioca que a média nacional (cerca de 100 gr. por dia, IBGE); segundo: a produtividade da produção de mandioca, e por consequência, da farinha, por hectare, é muito baixa (pode chegar a vinte vezes a altamente tecnificada no Sul), o que resulta em muito trabalho, grande emprego de terra, baixa renda, danos ambientais (derrubada, queimada etc.), pouca produção; terceiro: se o preço da farinha aumentar significativamente, muita gente passa fome (mais do que já vimos!).
Solução 1: as políticas públicas federais, estaduais e municipais levarem a sério este problema. Ao invés de se preocupar com o preço dos veículos automotivos, uma vez que as montadoras tem lobby, há que se preocupar com a comida de milhões (o que afeta também o Nordeste do Brasil). Recente estudo sobre a cadeia de valor da farinha de mandioca em Portel, no Marajó, coordenado pelo professor Antônio Cordeiro e dirigido por Marco Antônio Santos, pela Universidade Federal Rural da Amazônia, Instituto Peabiru e Fundo Vale apontam alguns caminhos.
Solução 2: elevar a farinha-de-mandioca a produto Premium como produto amazônico, com qualidade, higiene, padrão de exportação para outros brasis e o exterior, juntamente com seus agregados, como a goma (pra fazer tapioquinha), a tapioca (pra acompanhar o açaí e fazer bolo etc.), o tucupi (o sumo da mandioca, altamente energético e revigorante, o verdadeiromissoshiru da Amazônia, base do tacacá-no-tucupi), a folha-de-mandioca (que uma vez extraído o acido hidrocianico (HCN) é importante fonte de vitamina A e sais minerais e poderia ser adicionada à merenda escolar).
Solução 3: ensinar o mundo como se come a farinha e seus produtos: o chibé, o beiju, o beiju-cica, a mujica, a curera (pra bicho e pra gente), o caxiri , etceteras mil... A Amazônia e o Brasil viveram de mandioca como principal fonte de calorias por dez mil anos. Os Tupi dominaram o cenário por 600 anos à base de mandioca e não há que abandonar este conhecimento sem melhor o compreender. Seria o verdadeiro embaixador da culinária amazônica inventando coisas como o chibé-shake!
2) As três palmeiras, as árvores-da-vida:
São mais de cem as espécies de palmeiras, mas fiquemos apenas em três: o açaí, o babaçu e a pupunha. Perdoem-me o xis-caboclinho manauara (de tucumã), o miriti (buriti, delicioso), o patauá e seu azeite, a bacaba, (bem parecida com o açaí).
O açaí taí pra provar que é possível colocar em menos de dez anos um produto no mercado, envolver mais de cem mil pessoas na cadeia de valor com todas as precariedades e gerar renda local superior a mais de R$ 2 bilhões (IDEFLOR/IDESP, 2010). E isto com baixíssima presença do governo, foi tudo invenção do consumidor!
Que se dirá se houvessem políticas públicas consistentes (pra não dizer decentes). O açaí, a superfruta, uma das mais potentes fontes naturais de antocianinas (antioxidante, contra o envelhecimento), lembrem-se, também a fonte principal alimentar (durante as safras) de mais de um milhão de pessoas, principalmente no estuário do Amazonas & Tocantins. Bem pensada sua logística, para se processar e conservar adequadamente com a higiene necessária e considerando-se o plantio de áreas úmidas degradadas com açaí, teremos uma outra escala de produção e sabedoria. Sem contar que a maior parte do palmito do Brasil é deste açaí. Açaí na tigela com farinha de mandioca (ou tapioca) adoçado com mel de abelhas nativas - prato-chefe do Brasil na copa da sustentabilidade.
O babaçu é outra planta da vida, planta-omni, com dezenas de uso, do óleo para culinária e cosmética, do carvão vegetal que substituiria uma usina hidrelétrica de grande porte, do biodiesel à matéria prima para a industria química e, principalmente, como alimento. Há o leite das amêndoas (semelhante ao leite humano), como o mesocarpo (entre as cascas) do babaçu, que dá uma farinha excelente, rica em amido e sais minerais, utilizado como antiinflamatório, para artrites etc.
Sucede que trezentas mil mulheres, isto mesmo, trezentas mil mulheres, sobrevivem de quebrar o côco - são as heroínas do Brasil - as quebradeiras de côco, e dele tiram uns caramingués de renda nos estados do Piauí, Maranhão, Mato Grosso, Tocantins e Pará. Isto porque nenhum governo levou a sério, até agora, esta questão do babaçu.
A terceira super-palmeira é a pupunha, conhecida de comunidades indígenas e tradicionais. Dela se aproveita quase tudo. O principal interesse está em seu palmito, vendido em conserva. O fruto é um alimento quase completo, contendo proteínas, óleo, caroteno e principalmente, amido. Possui duas vezes mais proteínas que a banana e pode-se retirar de um plantio de pupunha, somente do fruto, mais em carboidratos e proteínas por hectare do que o milho (que exige o replantio a cada colheita).
Vamos discutir a região a partir das sete maravilhas da Amazônia, os gatilhos para devorar a floresta, que poderão salvar a Amazônia da catástrofe. São elas, sem uma ordem precisa: 1) A família das farofarinhas - as mandiocas (a brava e a mansa), 2) as três palmeiras, as árvores-da-vida - açaí, babaçu e pupunha, 3) a pílula da felicidade: a castanha-da-Amazônia (do Pará), 4) os chocolatáveis - os primos-irmãos cacau-cupuaçu, 5) As frutas regionais; 6) Os temperos loucos; e 7) O adoçante natural Premium: o néctar, mel das abelhas nativas.
Vamos aos detalhes:
1) A família das farofarinhas
A farinha de mandioca é o que os primeiros portugueses chamaram de farinha-de-pau. Nossa equação tem três desafios quando se trata da mandioca (a brava, que dá a farinha, a mansa, pra comer direto). Primeiro: o amazônida consome três vezes mais farinha-de-mandioca que a média nacional (cerca de 100 gr. por dia, IBGE); segundo: a produtividade da produção de mandioca, e por consequência, da farinha, por hectare, é muito baixa (pode chegar a vinte vezes a altamente tecnificada no Sul), o que resulta em muito trabalho, grande emprego de terra, baixa renda, danos ambientais (derrubada, queimada etc.), pouca produção; terceiro: se o preço da farinha aumentar significativamente, muita gente passa fome (mais do que já vimos!).
Solução 1: as políticas públicas federais, estaduais e municipais levarem a sério este problema. Ao invés de se preocupar com o preço dos veículos automotivos, uma vez que as montadoras tem lobby, há que se preocupar com a comida de milhões (o que afeta também o Nordeste do Brasil). Recente estudo sobre a cadeia de valor da farinha de mandioca em Portel, no Marajó, coordenado pelo professor Antônio Cordeiro e dirigido por Marco Antônio Santos, pela Universidade Federal Rural da Amazônia, Instituto Peabiru e Fundo Vale apontam alguns caminhos.
Solução 2: elevar a farinha-de-mandioca a produto Premium como produto amazônico, com qualidade, higiene, padrão de exportação para outros brasis e o exterior, juntamente com seus agregados, como a goma (pra fazer tapioquinha), a tapioca (pra acompanhar o açaí e fazer bolo etc.), o tucupi (o sumo da mandioca, altamente energético e revigorante, o verdadeiromissoshiru da Amazônia, base do tacacá-no-tucupi), a folha-de-mandioca (que uma vez extraído o acido hidrocianico (HCN) é importante fonte de vitamina A e sais minerais e poderia ser adicionada à merenda escolar).
Solução 3: ensinar o mundo como se come a farinha e seus produtos: o chibé, o beiju, o beiju-cica, a mujica, a curera (pra bicho e pra gente), o caxiri , etceteras mil... A Amazônia e o Brasil viveram de mandioca como principal fonte de calorias por dez mil anos. Os Tupi dominaram o cenário por 600 anos à base de mandioca e não há que abandonar este conhecimento sem melhor o compreender. Seria o verdadeiro embaixador da culinária amazônica inventando coisas como o chibé-shake!
2) As três palmeiras, as árvores-da-vida:
São mais de cem as espécies de palmeiras, mas fiquemos apenas em três: o açaí, o babaçu e a pupunha. Perdoem-me o xis-caboclinho manauara (de tucumã), o miriti (buriti, delicioso), o patauá e seu azeite, a bacaba, (bem parecida com o açaí).
O açaí taí pra provar que é possível colocar em menos de dez anos um produto no mercado, envolver mais de cem mil pessoas na cadeia de valor com todas as precariedades e gerar renda local superior a mais de R$ 2 bilhões (IDEFLOR/IDESP, 2010). E isto com baixíssima presença do governo, foi tudo invenção do consumidor!
Que se dirá se houvessem políticas públicas consistentes (pra não dizer decentes). O açaí, a superfruta, uma das mais potentes fontes naturais de antocianinas (antioxidante, contra o envelhecimento), lembrem-se, também a fonte principal alimentar (durante as safras) de mais de um milhão de pessoas, principalmente no estuário do Amazonas & Tocantins. Bem pensada sua logística, para se processar e conservar adequadamente com a higiene necessária e considerando-se o plantio de áreas úmidas degradadas com açaí, teremos uma outra escala de produção e sabedoria. Sem contar que a maior parte do palmito do Brasil é deste açaí. Açaí na tigela com farinha de mandioca (ou tapioca) adoçado com mel de abelhas nativas - prato-chefe do Brasil na copa da sustentabilidade.
O babaçu é outra planta da vida, planta-omni, com dezenas de uso, do óleo para culinária e cosmética, do carvão vegetal que substituiria uma usina hidrelétrica de grande porte, do biodiesel à matéria prima para a industria química e, principalmente, como alimento. Há o leite das amêndoas (semelhante ao leite humano), como o mesocarpo (entre as cascas) do babaçu, que dá uma farinha excelente, rica em amido e sais minerais, utilizado como antiinflamatório, para artrites etc.
Sucede que trezentas mil mulheres, isto mesmo, trezentas mil mulheres, sobrevivem de quebrar o côco - são as heroínas do Brasil - as quebradeiras de côco, e dele tiram uns caramingués de renda nos estados do Piauí, Maranhão, Mato Grosso, Tocantins e Pará. Isto porque nenhum governo levou a sério, até agora, esta questão do babaçu.
A terceira super-palmeira é a pupunha, conhecida de comunidades indígenas e tradicionais. Dela se aproveita quase tudo. O principal interesse está em seu palmito, vendido em conserva. O fruto é um alimento quase completo, contendo proteínas, óleo, caroteno e principalmente, amido. Possui duas vezes mais proteínas que a banana e pode-se retirar de um plantio de pupunha, somente do fruto, mais em carboidratos e proteínas por hectare do que o milho (que exige o replantio a cada colheita).
A floresta de alimentos é a grande oportunidade para a Amazônia. Valorizar a floresta em pé, seu valor cultural, ambiental e econômico, em respeito aos povos que nela vivem. O que é a floresta? O índio a vê como shopping-center, tem tudo, oca-oikos; o caboclo, como provedora que complementa suas necessidades a todo momento; o madeireiro e o garimpeiro, como pilhagem, riqueza imediata; o pecuarista e o plantador de soja, como empecilho, dá boa fogueira, e depois, pasto-pra-sempre ou agricultura mecanizada, com mais fogo. O problema é que a visão destes últimos é a que prevalece, pois sucede que este modelo transformou 1/5 da Amazônia em cinzas[1], com pouca serventia para o Brasil.
Na lógica do progresso a qualquer custo, a floresta é inútil e, na maioria dos casos, nem a área de proteção permanente -- APP se respeita. Pesquisas preliminares com minhocas e outros seres microscópicos em florestas de refúgio de gado no Nordeste Paraense mostram que esta floresta é tão pobre quanto o próprio pasto.
E o consumidor, o que acha? Será que ao consumir o bifinho-nosso-de-cada dia o brasileiro considera que um em cada três bifes tem gosto de floresta amazônica queimada? Que cada bifinho, básico, de 250 gramas, significa 3 kg de CO², 3.500 litros de água, mudanças climáticas, caminhões de erosão, perda de biodiversidade e rios de lágrimas a povos tradicionais?
Não, o consumidor não pensa, engole a Amazônia do jeito que o supermercado a embala - mas, esta lógica é suicida! Resmungaria algum arguto observador, admirando-se desta história do achurrascamento da Amazônia. Sim, e qual é a saída? Se não se come carne (de boi), o que se come? Como os quatrocentos mil pecuaristas da Amazônia (pequenos, médios, grandes) viverão? Perguntam outros.
A proposta é simples: comer a Amazônia, devorar a Amazônia, a Amazônia-do-bem, com critério! E que critérios são estes? Primeiro, tem que ser bom pra saúde, alimentos com propriedades funcionais! Segundo, há que ser prazeroso, gostoso, só coisa boa! Terceiro, tem que encher a burra dos povos tradicionais que cuidam da floresta, e dos pequenos agricultores: floresta-bufunfa, ou seja, tem que ter valor, preço, respeito, prazo. Se o BNDES e Banco da Amazônia deram (do jeito que foi, doaram) R$ 2 bilhões aos pecuaristas, por que não dar o dobro às famílias que cuidam das florestas e rios? Quarto, tem que ser incorporado no bandejão do governo, no restaurante industrial das uber-empresas ( que atendem 300 mil refeições por dia, só na região), empresas que apregoam a sustentabilidade em seus relatórios, mas que não praticam na hora de levar o garfo à boca (preferem trazer frango de Santa Catarina, por exemplo).
E a sustentabilidade começa na merenda escolar: meu filho merece açaí com farinha e doce de cupuaçu e suco do camu-camu, e não esta bolacha cheia de gordura trans e salsicha em lata, com suco artificial, escolhida por mentecaptos carunchados em alguma esperta barafunda.
Quinto: tem que ser ético, moral. Não basta ser legal. Sexto, e penúltimo, quase: a Amazônia tá na moda. Como propõe o Senador Cristovam Buarque, vamos Amazonizar o Mundo, adaptemos o mundo à Amazônia e não o reverso, como foi nos últimos 400 anos. Façamos chique a moda de devorar a Amazônia! Chega de sushi de catupiri, kiwi com salmão!
Sétimo critério, prometo, último, tem que resolver o problema da fome. Não dá pra conservar a floresta se não for para quem nela e dela vive. E também melhorar a situação de quem entope as periferias de Manaus e Belém, atraídos pelas armadilhas das zonas francas e perspectivas de boa vida. Periferias de gordos e desnutridos, em tão precária, senão pior situação de quem ficou no interior.
O levantamento do IBGE sobre alimentação, o PNAD, realizado em 2004 e, cinco anos depois, em 2009, mostra que apesar de melhoras na insegurança alimentar, 40,3% dos domicílios da região Norte apresentam insegurança alimentar (nome moderno pra fome, o dobro das regiões Sul e Sudeste). E destes, ¼, ou seja, 9,2% do total, tem insegurança alimentar grave (cerca de três vezes a do Sudeste e quatro vezes a do Sul). Em 2004, era 10,9%. Ou seja, a situação não mudou. O boom econômico não chega na mesa do pobre da Amazônia. Além da piora na alimentação, há outros desafios, como o da monotonia alimentar: o consumo excessivo de farinha de mandioca, algum peixe e eventuais frutas e hortaliças resultam em distorções graves na saúde.
Perdão, esqueci-me, prometo, este é o ú-l-t-i-m-o: valorizar o que é seu! Se a gente da própria Amazônia não se valoriza ao que é seu, como o consumidor das outras plagas vai se interessar? Se o Brasil não valorizar o Brasil, o que será de nós? Cópia da cópia da cópia? Pesquisa científica já existe o suficiente, estão aí o INPA, a EMBRAPA, o Goeldi, a UFPA, a UFAM e outros centros mostrando o caminho e, isto, há décadas. A questão é que, quem define as políticas públicas acredita que o boi é a redenção, que comida regional é coisa sem futuro, que farinha e açaí é comida de pobre. Erraram redondamente, açaí é o ultra-chic!
Na lógica do progresso a qualquer custo, a floresta é inútil e, na maioria dos casos, nem a área de proteção permanente -- APP se respeita. Pesquisas preliminares com minhocas e outros seres microscópicos em florestas de refúgio de gado no Nordeste Paraense mostram que esta floresta é tão pobre quanto o próprio pasto.
E o consumidor, o que acha? Será que ao consumir o bifinho-nosso-de-cada dia o brasileiro considera que um em cada três bifes tem gosto de floresta amazônica queimada? Que cada bifinho, básico, de 250 gramas, significa 3 kg de CO², 3.500 litros de água, mudanças climáticas, caminhões de erosão, perda de biodiversidade e rios de lágrimas a povos tradicionais?
Não, o consumidor não pensa, engole a Amazônia do jeito que o supermercado a embala - mas, esta lógica é suicida! Resmungaria algum arguto observador, admirando-se desta história do achurrascamento da Amazônia. Sim, e qual é a saída? Se não se come carne (de boi), o que se come? Como os quatrocentos mil pecuaristas da Amazônia (pequenos, médios, grandes) viverão? Perguntam outros.
A proposta é simples: comer a Amazônia, devorar a Amazônia, a Amazônia-do-bem, com critério! E que critérios são estes? Primeiro, tem que ser bom pra saúde, alimentos com propriedades funcionais! Segundo, há que ser prazeroso, gostoso, só coisa boa! Terceiro, tem que encher a burra dos povos tradicionais que cuidam da floresta, e dos pequenos agricultores: floresta-bufunfa, ou seja, tem que ter valor, preço, respeito, prazo. Se o BNDES e Banco da Amazônia deram (do jeito que foi, doaram) R$ 2 bilhões aos pecuaristas, por que não dar o dobro às famílias que cuidam das florestas e rios? Quarto, tem que ser incorporado no bandejão do governo, no restaurante industrial das uber-empresas ( que atendem 300 mil refeições por dia, só na região), empresas que apregoam a sustentabilidade em seus relatórios, mas que não praticam na hora de levar o garfo à boca (preferem trazer frango de Santa Catarina, por exemplo).
E a sustentabilidade começa na merenda escolar: meu filho merece açaí com farinha e doce de cupuaçu e suco do camu-camu, e não esta bolacha cheia de gordura trans e salsicha em lata, com suco artificial, escolhida por mentecaptos carunchados em alguma esperta barafunda.
Quinto: tem que ser ético, moral. Não basta ser legal. Sexto, e penúltimo, quase: a Amazônia tá na moda. Como propõe o Senador Cristovam Buarque, vamos Amazonizar o Mundo, adaptemos o mundo à Amazônia e não o reverso, como foi nos últimos 400 anos. Façamos chique a moda de devorar a Amazônia! Chega de sushi de catupiri, kiwi com salmão!
Sétimo critério, prometo, último, tem que resolver o problema da fome. Não dá pra conservar a floresta se não for para quem nela e dela vive. E também melhorar a situação de quem entope as periferias de Manaus e Belém, atraídos pelas armadilhas das zonas francas e perspectivas de boa vida. Periferias de gordos e desnutridos, em tão precária, senão pior situação de quem ficou no interior.
O levantamento do IBGE sobre alimentação, o PNAD, realizado em 2004 e, cinco anos depois, em 2009, mostra que apesar de melhoras na insegurança alimentar, 40,3% dos domicílios da região Norte apresentam insegurança alimentar (nome moderno pra fome, o dobro das regiões Sul e Sudeste). E destes, ¼, ou seja, 9,2% do total, tem insegurança alimentar grave (cerca de três vezes a do Sudeste e quatro vezes a do Sul). Em 2004, era 10,9%. Ou seja, a situação não mudou. O boom econômico não chega na mesa do pobre da Amazônia. Além da piora na alimentação, há outros desafios, como o da monotonia alimentar: o consumo excessivo de farinha de mandioca, algum peixe e eventuais frutas e hortaliças resultam em distorções graves na saúde.
Perdão, esqueci-me, prometo, este é o ú-l-t-i-m-o: valorizar o que é seu! Se a gente da própria Amazônia não se valoriza ao que é seu, como o consumidor das outras plagas vai se interessar? Se o Brasil não valorizar o Brasil, o que será de nós? Cópia da cópia da cópia? Pesquisa científica já existe o suficiente, estão aí o INPA, a EMBRAPA, o Goeldi, a UFPA, a UFAM e outros centros mostrando o caminho e, isto, há décadas. A questão é que, quem define as políticas públicas acredita que o boi é a redenção, que comida regional é coisa sem futuro, que farinha e açaí é comida de pobre. Erraram redondamente, açaí é o ultra-chic!
http://www.oecoamazonia.com/en/articles/9-artigos/291-amazonia-a-saida-e-a-floresta-de-alimentos-parte-1
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[1] São 70 milhões de hectares de florestas e outros ambientes que viraram pasto em menos de quatro décadas. Aliás, esta visão prevalece no Brasil, 2/5 do território são de pastos pra boi. No mundo se passa algo similar, quarenta por cento das terras aráveis são utilizadas para animais, principalmente bois.
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[1] São 70 milhões de hectares de florestas e outros ambientes que viraram pasto em menos de quatro décadas. Aliás, esta visão prevalece no Brasil, 2/5 do território são de pastos pra boi. No mundo se passa algo similar, quarenta por cento das terras aráveis são utilizadas para animais, principalmente bois.