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segunda-feira, 14 de julho de 2014

Solar


                                      Melgaço, 12 de julho de 2014.


Solar
Ouvi que dava certo
Mas dá medo agir
A ideia estava perto
O óleo a me iludir
Melhor manter-me quieto
Intuição vou fingir
Escuro ficou descoberto

Voltei-me para o céu
O que queres me dizer?
Minha mente a revolver
Deve ser solar

Solar
Tão claro como a água
Energia que implante
Dos seres excitante
Arrisco um palpite
Vejo o Homem bem mais livre
Mas sendo solar

Solar
Sem lares afogados
Sem pulmões esfumaçados
Sem gritos amordaçados
Com a benção do Rei
Viveremos novo dia
Vira lastro alquimia
Gente sim solar

Solar
Comum para meu neto
Rotina a luzir
O Sol à Lua inverso
Recarga barco partir
Independente correto
A consciência seguir
Larga a ganância, alerto

Pensa caboclo que veio o tempo
Na voltagem do querer
Na amperagem do saber
Do que é solar

Solar
Tão óbvio o circuito
A lâmpada brilhante
Vê do espaço o migrante
Que lá de cima aviste
Da ciência que existe
Terra é solar

Solar
Com fios conectados
Ao invisível irradiados
Saturno e Órion plugados
São ligados ao infinito
Ciclo fim que inicia
A galáxia bateria
Fonte do solar
Pantoja Ramos
http://www.recantodasletras.com.br/poesiastranscendentais/4881562

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Preocupação com a relação empresas x comunidades: sou a "Voz do Brasil"


Imagem retirada do Livro Frutíferas e Plantas Úteis na Vida Amazônica, de Patrícia Shanley e Gabriel Medina.

Há municípios no Marajó que mantiveram-se até o final dos anos 2000 sem a presença de empresas madeireiras, apostando sempre no trabalho agroextrativista como gerador de renda e ocupação, com muitas referências no estuário amazônico neste sentido. No surgimento a cada dia de mais casos de relações entre empresas e comunidades para a extração de madeira, nota-se que mesmo após tantas atividades de mobilização e informação, comunidades inteiras podem colocar em risco a sua floresta em nome de capital imediato e relativamente fácil. 
Este consultor, que trabalha desde a década de 1990 no Marajó entende que a organização social é algo a ser trabalhada continuamente, tanto para a geração de resultados internos quanto externos, pois a falta de políticas públicas em sua execução é campo fértil para falsos salvadores. 
É na lentidão dos programas governamentais de créditos, de casas populares, de educação adequada à realidade agroflorestal e de manejo florestal comunitário e familiar concretamente factíveis que a extração madeireira predatória ganha espaço no meio rural, com velhas fórmulas de aviamento sob nova roupagem, ajudadas pela corrupção até de alguns nativos. Não visualizam as famílias, dos efeitos trágicos da exploração sem manejo adequado que podem afetar gerações inteiras. Por seus contratos de duvidosos e quantidade de madeira retirada de uma só vez das localidades, podem ser até legais tais extrações de madeira, mas são imorais.

A semente plantada pelo movimento social ainda nos anos 1980 deu frutos. Deu árvores. Se não for cuidada sempre, “gafanhotos” poderão destruir o que se conquistou. 

Mesmo sendo tratado como a "Voz do Brasil", continuo na reflexão.