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terça-feira, 31 de março de 2015

Lamberto, o Traumatizado: Turma do Voley

Lamberto, nascido e criado traumatizado, tinha aquela queda por Beninha. Mas a garota só queria saber da Turma do Voley, grupo de rapazotes magros, altos (já para os padrões dos anos 1990) e boçais que espelhavam-se na equipe Medalha de Ouro de Barcelona. Era o grupinho chegar e pronto, lá se iam as meninas a babar pelos pulos, cortadas, bloqueios e saques dos candidatos a atletas. Não falavam nada que prestasse, só de Voley, músculos, festas e um e outros, de maconha. Beninha até dizia que não se derretia, mas estava lá a se esfregar com o Mamona, um dos molecões.

Lamberto e os amigos a chupar o dedo. Longe a olhar a manada de moçoilas comandadas pela Turma do Voley. Tomou uma atitude um dia: "vou entrar no jogo e me meter entre eles", resmungava no alto de seus 1,60. Pediu pra jogar, Beninha até reparou na novidade. Na primeira recepção, de um saque estilo Marcelo Negrão,  veio na cara uma bolada certeira, espocando-lhe o beiço. "Ai, Ai, Ai!!".

Foi a risada da Turma do Voley! Beninha gargalhou.

Lamberto saiu emputecido de lá.

Atualmente, Lamberto vê sua filha Shana (outra traumatizada), chegando em casa da aula de educação física com um galalau do lado segurando uma bola. "Pai, este é o Marcelo, meu...". Lamberto surta:

"MARCELO NEGRÃO!! SEU DESGRAÇADO!!"

Pega a bola do rapaz e dá-lhe uma bolada no meio da boca do pobre, que nada entende e sai correndo.

A menina sai em busca do amigo que ia ajudar na lição de matemática.

Lamberto vai também e no caminho enxerga na academia da esquina uma turma de alunos de  Muay Thai mostrando-se para um punhado de moças que davam risinhos. Até Shana sorriu, esquecendo por uns momentos do amigo perdido.

"Boçalidade é um mal eterno, e tem sempre quem compre...", refletiu.

Sem Traumas.

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