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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

O Plano de Uso dos Recursos Naturais discutido em Portel


O Plano de Uso dos Recursos Naturais é um documento que vem sendo elaborado nas comunidades agroextrativistas de Portel como uma das ações do PDL Portel. Liderados pelo STTR local, IDEFLOR e Prefeitura Municipal o plano de uso será uma ferramenta importante de diminuição de conflitos e proteção da fauna e flora da região.




Desta maneira, regras feitas pelas próprias famílias pretendem disciplinar as atividades de caça, pesca, criação de animais, agricultura, extrativismo, moradia e limites de respeito, monitoradas pela Comissão de Plano de Uso da Comunidade ou Associação.

Nos dias 06, 08, 10 e 12 de setembro serão realizadas as assembleias de aprovação dos planos de uso das Glebas Alto Camarapi, Acangatá, Jacaré-puru e Acuti-pereira, mobilizadas pelas comunidades, STTR de Portel, Prefeitura Municipal e IDEFLOR.
São as comunidades cuidando da floresta e de si mesmas.


Fotos: STTR de Portel/ IDEFLOR


segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Gurupá e seu forte


Gurupá tem um dos marcos históricos mais intrigantes do Brasil.

Por que se tem um forte com inscrições de batalhas entre portugueses, indígenas e holandeses, não teria que fazer já parte dos livros didáticos Brasil afora?

Mas é o pacote de sempre: pouco da história daqui, muito da história de lá.

E não nos valorizamos...




Fotos: FASE


sábado, 24 de agosto de 2013

Comandante Souza


Belém, 23 de agosto de 2013.


O Comandante Souza
Possante vai tesourando o rio
Não é ninguém menos que o maior de todos eles

- Ó Amazonas!
Licença pra eu passar!
Tô carregando gente que vai de gente cuidar!

- POR QUE LICENÇA DAR?
- Eu sou da Ilha
- POR QUE LICENÇA DAR?
- Aguento tua maresia

- POR QUE LICENÇA DAR?
- Itaúba eu tenho
- POR QUE LICENÇA DAR?
- Tão rico barco o lenho

ENTÃO LICENÇA EU DOU!

Mas Comandante Souza
Turbinado não perde tempo
À noite a mata lhe cobre com a sombra da lua

- Ó Amazonas!
Tu mais tranquilo estás?
Não imaginas a inspiração que essa calma traz

- POR QUE MEU LEITO INSPIRA?
- Me lembra os homens
- POR QUE MEU LEITO INSPIRA?
- Agora serenas suas fomes

- POR QUE MEU LEITO INSPIRA?
- Tão doçura mulher
- POR QUE MEU LEITO INSPIRA?
- A quietude acolher

SE É ASSIM, INSPIRO!

O Comandante Souza
Chegou ao seu porto, pronto!
É atracar e descansar até que haja uma saga

- Ó Amazonas!
Agradeço tua paciência
Me proteja dos ventos maus e da indolência

- POR QUE DOS VENTOS MAUS?
- Afogaram esperanças
- POR QUE DOS VENTOS MAUS?
- Más palavras só lançam

- POR QUE DA INDOLÊNCIA?
- Nunca vou recuar
- POR QUE DA INDOLÊNCIA?
- Quantas almas salvar


ENTÃO PROTEJO A TI!
Pantoja Ramos

domingo, 18 de agosto de 2013

Matéria de 2002 sobre manejo florestal de açaizais nativos no rio Marajoí, Gurupá

Recordar é viver...

Matéria de 2002 sobre o primeiro plano de açaizais nativos aprovado no Pará.

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Comunidade faz manejo de açaizais no Pará
São Paulo - O Ibama acaba de aprovar o primeiro plano de manejo comunitário de açaizais do Pará, que está sendo desenvolvido por comunidades moradoras das várzeas estuarinas do rio Amazonas, próximas à Ilha de Marajó. A grande inovação do projeto, que beneficia 24 famílias, é se concentrar na exploração dos frutos de açaí e não apenas no palmito.

"A utilização dos frutos é mais vantajosa para as comunidades do que o palmito. Com o corte de mil cabeças de palmito, a uma média de R$ 0,25 por cabeça, uma família pode obter R$ 250,00, aproveitando a estipe somente uma vez. Manejando o açaizeiro para comercializar o fruto, a renda média mensal pode chegar a R$ 470,00", explica o engenheiro florestal Carlos Augusto Ramos, responsável pela execução do plano de manejo.
Elaborado pela Associação dos Trabalhadores Rurais do Rio Marajoí (ATRM), do município de Gurupá, em conjunto com a Federação dos Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase), o projeto totaliza 72 hectares (ha) de açaizais nativos, com cada família manejando 3 ha, área que não extrapola a capacidade familiar de trabalho.

"Esperamos aumentar a comercialização dos caroços, para extração da polpa, e também do palmito, permitindo a preservação da floresta que está se recuperando", conta José Trindade, presidente da Associação. Segundo ele, a retirada indiscriminada de palmito, para venda às grandes fábricas, tinha reduzido drasticamente os recursos da floresta, como a caça, que diminuiu em 70%.

"As grandes empresas chegavam e compravam o açaí, depois alugavam as propriedades e traziam pessoas de fora para extrair o palmito", conta Trindade. A precariedade que se seguiu, fez com que os próprios moradores começassem a se organizar, a partir de 1988, para mudar a situação. A parceria com a Fase teve início em 1997, quando começou a recuperação da floresta. "Agora, a pesca e a caça começam a voltar", comemora.



Segundo o engenheiro da Fase, o corte do palmito sem o manejo adequado acaba destruindo os açaizais e deixa os ribeirinhos sem o fruto, que é um item básico na alimentação local. "Com o manejo consorciado, voltado para o fruto, as comunidades continuam a ter o vinho (um tipo de mingau de açaí consumido na região) e vendem a polpa para sucos", explica Ramos.


Com o plano de manejo, a comunidade quer conseguir também a certificação florestal e, com isso, agregar ainda mais valor ao seu produto. "Este é o segundo plano de manejo comunitário de açaizais do Projeto Fase Gurupá. O primeiro, aprovado em novembro de 2001, na ilha de Santa Bárbara, no Amapá, já está em execução. Esperamos agora conseguir aumentar o número de comunidades no projeto", diz Ramos.
Contato: Fase, telefone (91) 242-4341
Maura Campanili
http://www.zoonews.com.br/noticias2/noticia.php?idnoticia=548

Foto: FASE.
No detalhe, José Trindade, liderança do rio Marajoí realizando demarcação da área de manejo


segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Da lata à Belo Monte

Imagem: http://omatiense.com/brasil/justica-considera-valido-licenciamento-ambiental-de-belo-monte/


Portel, 31 de julho de 2013.

                                                                       
Só duma golada.
Joguei uma lata de cerveja no rio.
Tão porre.
Sonhático.
Sonhei que podia ter aproveitado aquela latinha.
Pensei que alguém podia catar a lata.
Requiclar. Porra. To porre. Reciclar.
Porque senão tenho que comprar latinha nova.
Que uma fábrica faz.
E custa uma energia danada, lá em Barcarena.
O alumínio da lata.
Eu já bebi muito lá em Barcarena.
Era trabalhador de lá.
É produção dia e noite de alumínio.
Tudo pras lata.
Aí eu preciso de luz elética.
Porra, to porre. Energia.
Mas lá em Altamira tão fazendo mais energia.
Da delétrica do Belo Monte. To porre.
Hidelética. Hideléticra. Porra. Da barrage.
Da usina que vai ajudar a fábrica.
Pra fazer mais alumínio.
Mais latinha pra por a cerveja pra eu beber.
A usina vai mexer no rio dos índios de lá.
Tão puto.
Vive dando notícia no jornal.
Que nem das menina de longe pra ir pros puteiro.
Como tá cara a cerveja em Altamira!
O tira-gosto também.
É o pogresso. Poguesso. Porra. To porre.
É o homem.
Ganância.
É A FALTA DE DEUS NO CORAÇÃO DAS PESSOA!
Calo não. Calo não.
Sou cidadão do Brasil brasileiro.
Tenho direito de falar.
VEM CALAR A MINHA BOCA, SE TU TEM CORAGEM!
Ô vida desgraçada.
Ô Darlene, por que me deixaste pra aquele sujeito!
Sujeito que veio lá de Altamira, da barrage.
Sacanagem.
Porra. To porre.
Caiu mais uma lata no rio.
Pantoja Ramos

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Nota de Repúdio do STTR de Gurupá - Exploração ilegal de madeira na Resex Gurupá-Melgaço


O Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Agroextrativistas de Gurupá - STTR, entidade representativa dos trabalhadores e trabalhadoras agroextrativistas de todo município de Gurupá-PA, representado pelo seu Presidente Sr. Heraldo Pantoja da Costa, vem a público, NOVAMENTE, denunciar a exploração ilegal de madeira na Reserva Extrativista Gurupá-Melgaço (RESEX GURUPÁ-MELGAÇO) por madeireiros oriundos da cidade de Abaetetuba e Moju, Pará.

A RESEX GURUPÁ-MELGAÇO, está localizada nos Municípios de Gurupá e Melgaço, no Estado do Pará. Possui uma área aproximada de 145.297,54 hectares e foi criada no dia 30 de novembro de 2006, pelo Decreto Presidencial nº 230 de 01/12/2006. Desta área, 70% se encontra no município de Gurupá e 30%, em Melgaço.

Trata-se de uma das mais importantes Reservas Extrativistas do Estado do Pará e é a menina dos olhos do Povo Gurupaense, uma vez que era no passado uma das RESEX com maior índice de preservação no país.


Na RESEX GURUPÁ-MELGAÇO residem mais de 690 famílias, organizadas socialmente, assistidas e coordenadas em bases sindicais e comunidades eclesiásticas de base (CEB’s). A RESEX possui baixa densidade demográfica e as famílias estão comprometidas com a implantação de modalidade de gestão de seu território que contemple o respeito às suas culturas e modo de vida e garanta a conservação de suas principais do seu ecossistema que são seus recursos hídricos e florestais abundantes.

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio é uma Autarquia Federal, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente e criada com a finalidade de executar as ações do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, que em resumo, significa implantar, gerir, fiscalizar, monitorar e proteger as Reservas Extrativistas - RESEX localizadas no Território Brasileiro, inclusive com o Poder Delegado de Exercer a Ação de Polícia Ambiental para protege-las.
No caso da RESEX GURUPÁ-MELGAÇO, existe um contrato denominado Contrato de Direito Real de Uso – CCDRU onde o ICMBio concede à Associação de Povos Tradicionais Extrativistas do Rio Pucuruí, Marajoí e Melgaço – ASTREM o direito de uso para exploração sustentável dos recursos naturais do imóvel.  Essa exploração é regulada por um plano de utilização e plano de manejo elaborado para a RESEX GURUPÁ-MELGAÇO.
O ICMBio implantou nas diversas RESEX’s sedes administrativas dentro ou próximo destas unidades. Nelas é designado um responsável institucional para em nome do ICMBio implementar as ações de monitoramento e cumprimento das obrigações do CCDRU, que no caso de RESEX GURUPÁ-MELGAÇO, é o Sr. RAFAEL CALDEIRAS MAGALHÃES - ICMBio e a ASTREM, respectivamente.

A DENÚCIA
Desde 2008 a 2012 o STTR vem denunciando e cobrando a intervenção dos órgãos competentes – Ministério Publico Local e Federal, SEMA Estadual, sobretudo, o Gestor local, responsável do ICMBio, a presença de madeireiros explorando madeira ilegal dentro da RESEX GURUPÁ-MELGAÇO. Tamanha foi a pressão do STTR e das Comunidades Locais, sobre esses órgãos e sobre o ICMBio, que em 2007 culminou na substituição do Chefe desta RESEX, e em 2008 assumi o cargo de chefe da RESEX o atual Gestor. Isso se deu pela inoperância, omissão e negligência do referido Chefe do ICMBio pois o mesmo não tomava as devidas providências para solução do caso; uma vez que já se conhecia a ganância e poder de destruição dos madeireiros exploradores e trata-se de uma reserva extrativista, exigindo intervenção imediata.

Já no início de 2013, novamente o STTR começou a receber denúncias de moradores da RESEX GURUPÁ-MELGAÇO da presença de madeireiros (“empresários” do município de Abaetetuba e Moju-PA). Estes encontram-se extraindo madeira de dentro da RESEX. Imediatamente o STTR enviou agentes até o local. Estes confirmaram a presença dos referidos madeireiros. Imediatamente o STTR denunciou às autoridades competentes para solução do problema. Os moradores denunciantes afirmaram que só procuraram o STTR porque já estavam cansados de denunciar verbalmente ao Gestor da RESEX a presença e ação dos madeireiros dentro da RESEX GURUPÁ-MELGAÇO.

O que mais intriga os denunciantes, STTR e Comunidade Local são dos fatos principais, a saber: os madeireiros que exploram madeira ilegal na RESEX GURUPÁ-MELGAÇO são os mesmos que agem desde 2008, ou seja, desde as primeiras denúncias em 2008; e a, prevaricação, inoperância e descaso do Gestor da RESEX, pela proteção desta Floresta.

Entende-se que o ICMBio não está cumprindo suas obrigações na RESEX GURUPÁ-MELGAÇO uma vez que os Artigos 3º e 4º do Decreto de Criação desta Unidade de Conservação não estão sendo respeitados.

Para o STTR existem forte evidências do envolvimento do Gestor do ICMBIO da RESEX GURUPÁ-MELGAÇO neste crime. Por outro lado, esse fato associado a outros coloca definitivamente em “XEQUE” a competência da Alta Direção do ICMBIO/Brasília em gerir (monitorar, fiscalizar e proteger) as Reservas Extrativistas Brasileiras. Haja visto que outras regiões já denunciaram o possível envolvimento de Gestores de RESEX nestes mesmos crimes. É uma afronta ao Povo Brasileiro que notadamente vem se desdobrando para que o Brasil continue sendo um país com maior índice de preservação de suas florestas e um lamento às instituições que devem e são pagas para zelar de nossas Reservas Florestais.

Mais absurdo ainda é saber que o ICMBio que usa imagens “distorcidas e tendenciosas” colhidas dentro das RESEX’s brasileiras para apresentar ao Mundo uma imagem de competência e eficiência na função de alta importância  que deveriam desempenhar na preservação de nossas florestas, recebendo inclusive prêmios de reconhecimento e gordos recursos financeiros de organismos internacionais de renome Mundial. O que na verdade estão desempenhando papel contrário: fomentando o desmatamento ilegal, contribuindo para o desmatamento e, até mesmo, usando a imagem de um legítimo mártir da preservação da Floresta Amazônica: nosso Chico Mendes.

Aos leitores dessa denúncia que não querem acreditar, leiam o relato abaixo:
Em março de 2013 o Gestor da RESEX Gurupa - Melgaço, funcionário bem remunerado do ICMBio, veio até a sede de Gurupá para realizar algumas filmagens colhendo depoimentos de alguns cidadãos gurupaense, referências em preservação ambiental local.  Desejavam ouvir a opinião e elogios destes sobre “bela Atuação” do ICMBio na referida RESEX. Segundo alguns dos entrevistados e depoentes, o que o Gestor da RESEX desejava mesmo era filmar e receber depoimento exatamente o oposto da realidade da referida RESEX. Fato esse que leva a crer que o gestor estaria colhendo informações para apresentar ao Mundo uma imagem de “bom Menino” do ICMBio e acobertar os crimes que aqui estão sendo denunciados.

ICMBio?
Preservação?...
Que nada!!!
O que vemos é uma Instituição - ICMBio, Fiasco Brasileiro e da Floresta Amazônica, a serviço do desmatamento, financiada com recursos destinados à preservação de nossas RESEX’s. 

A SITUAÇÃO ATUAL
É sabida a extração de madeira é intensificada no período de pouca chuva, pois facilita o transporte e o processamento das toras dentro e fora da mata.
Na RESEX GURUPÁ-MELGAÇO essa realidade se repete o que fez aumentar as preocupações do STTR em relação à negligência e abandono do Gestor do, ICMBio.

Atualmente os madeireiros estão extraindo a madeira dentro da RESEX e processando ali mesmo (madeira serrada). Utilizam-se da tal Tecnologia INDUSPAM (maquinário composto de duas serras circulares: uma horizontal e outra vertical, de alto desempenho e rendimento – alto poder destruidor). Estima-se que 12 m³ de madeira serrada estejam saindo da RESEX GURUPÁ-MELGAÇO todos os dias, uma vez que são mais de 04 serrarias em operação no local.

Frente ao porte dos equipamentos e maquinários utilizados por esses madeireiros (diga-se: são os mesmos madeireiros criminosos desde as primeiras denúncias: cadê a justiça? e frente a outros fatos já citados anteriormente, reafirma-se a Forte Suspeita do Gestor do ICMBio, neste crime, por algumas razões que não deixa dúvida nem numa criança, a saber: uma das funções do Gestor é monitorar a RESEX, e isso deve ser feito com frequência; o barulho das motos serras e os maquinários dentro da floresta e o vai e vem das embarcações no Rio Pucuruí é percebido por vários moradores  da RESEX; pelo fato de que por profissionais do ICMBio treinados especificamente para realizar este importantíssimo serviço de fiscalização e monitoramento da RESEX; pelo tempo em que esse fato vem ocorrendo; pelo número de denúncia já apresentada ao Gestor por moradores locais e vizinhos à RESEX; e sobretudo, por que a sede do monitoramento é na própria RESEX.

Ou seja, tudo leva a crer que os gurupaense, moradores locais dentro e fora da RESEX GURUPÁ-MELGAÇO, pessoas simples, estão mais cientes da situação e comprometidos com a preservação do que aqueles que são treinados e pagos para tais serviços.


O TRANSPORTE DA MADEIRA ILEGAL
Para o transporte da madeira serrada (produto da exploração ilegal e crime dos madeireiros) existe a presença de 04 barcos – fato constatado ‘in loco’. Esses barcos estão posicionados dentro do Rio Pucuruí (um dos maiores e mais importante Rios que banham a RESEX e serve de trânsito para a população ribeirinha de dentro da RESEX e das regiões que dependem daquele Rio para transporte). O fato é que esses barcos se revezam, levando o produto da exploração ilegal; com rota provável para Belém e outros municípios do Estado do Pará.

Diante do exposto e a par das denúncias já efetuadas, entendemos ser inconcebível que o Gestor da RESEX, ainda não tenha agido para debelar tal afronta por parte destes madeireiros. Haja visto que o Gestor é conhecedor da lei e dos procedimentos legais. Causa-nos espanto e indignação, repetimos que ele ainda não tenha tomado às devidas providências: fato esse que nos obriga reconhecer que esses criminosos ambientais (os madeireiros) estejam agindo com o aval do Gestor da RESEX, o que para nós do STTR agrava ainda mais a situação, haja visto, que o ICMBio é a instituição responsável por zelar e proteger a RESEX GURUPÁ-MELGAÇO.

Aproveitando este espaço, oportunamente, denunciamos também a afronta aos poderes constituídos, os órgãos responsáveis pela gestão e a sociedade civil organizada casos de exploração ilegal da única Reserva de Desenvolvimento Sustentável - RDS existente no Brasil: que é a RDS ITATUPÃ-BAQUIÁ. Nela está acontecendo ação de criminosos ambientais que estão realizando, além da pesca predatória de peixes e animais aquáticos, inclusive alguns ameaçados de extinção (peixe boi, jacaré, entre outros), também a extração de palmito e madeira. É difícil entender como o Estado Brasileiro (MMA, IBAMA, SEMA, etc) defende a necessidade de se preservar a Biodiversidade Brasileira (inclusive criando leis específicas) e continua agindo de modo oposto, ou seja, omisso e negligente quanto a crimes como esse, pois a nossa única RDS brasileira tem também a função de berçário para diversas espécies animais e vegetais Amazônicas.

Assim enviamos estas Denúncias e Nota de Repúdio, ansiosos para que nossos órgãos competentes, Ministério Público Local e Federal, Ministério do Meio Ambiente, IBAMA, SEMA e outros órgãos tome as medidas cabíveis com urgência para que a justiça seja feita e nossas RESEX GURUPÁ-MELGAÇO e RDS ITATUPÃ-BAQUIÁ possam recuperar sua paz para a felicidade da população local, municipal, estadual, federal e mundial.

Oportunamente exigimos a imediata saída do Gestor do posto de Chefe da RESEX GURUPÁ-MELGAÇO, que sua negligência seja e que o mesmo seja submetido aos impositivos da lei.

GURUPÁ -PA 30 DE JULHO DE 2013