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terça-feira, 22 de setembro de 2015

CRÔNICAS DO CORTE - Matemática Ribeira/ Parte 2

Belém, 15 de setembro de 2015.

No segundo caso da linha de raciocínio que comecei apresentando a história da compra de ucuúba em Gurupá, reporto a experiência minha e de um senhor aqui chamado de Ardósio, que em uma oficina sobre manejo florestal desafiou-me a calcular o volume de uma peça de madeira que ali estava no barracão da comunidade e quantas da mesma peça seria preciso para ter 1 metro cúbico. Era uma brincadeira que assim topei.


“Seu Carlos, é preciso 30 peças destas para dar 1 metro cúbico. Faz aí se tu acerta”. Calculei então. “Seu Ardósio, acho que errei, pois achei 20 peças dessa bitola aí pra dar 1 metro cúbico, como o senhor fez a conta?”. “Fiz assim, seu Carlos, eu peguei pé, multipliquei por polegada, multipliquei por pé de novo...”.


Com jeito, disse àquele senhor: “Seu Ardósio, eu não sei se é certo multiplicar pé por polegada, sei lá, parece que tô multiplicando uma cebolinha por um tomate, um caderno por uma canoa, não sei se deve misturar essas coisas...”. “E como o senhor faz?”, indagou Ardósio. “Eu coloco tudo numa só língua, metro, metro, metro, por isso transformo centímetro pra metro cada medida da peça na sua espessura, largura e comprimento. Mudo tudo pra metro pra cumprir aquele desenho do metro cúbico, a letra m com um 3 em cima dele, metro, metro, metro (m3)”.


“Fiuuuuuuu”. Os presentes da oficina assobiaram. 


“Seu Ardósio, quem te ensinou a calcular dessa forma?”.


“O homem que compra a madeira de mim”.


“Pois seu Ardósio, para cada metro cúbico, você dá de graça 10 peças para ele...”.


“Fiuuuuuuu”.


Ah este ensino que não educa a realidade do Ribeiro.


Até tentamos ajudar no esclarecimento, nesta tabela que fizemos Raoni Nascimento, Nilza Miranda e eu.



Tudo isto para chegar mais próximo da verdade para os Ribeiros.


(Continua...).

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