Belém, 15 de setembro de 2015.
No segundo caso da linha de raciocínio que comecei
apresentando a história da compra de ucuúba em Gurupá, reporto a experiência minha
e de um senhor aqui chamado de Ardósio, que em uma oficina sobre manejo florestal
desafiou-me a calcular o volume de uma peça de madeira que ali estava no
barracão da comunidade e quantas da mesma peça seria preciso para ter 1 metro
cúbico. Era uma brincadeira que assim topei.
“Seu Carlos, é preciso 30 peças destas para dar 1
metro cúbico. Faz aí se tu acerta”. Calculei então. “Seu Ardósio, acho que
errei, pois achei 20 peças dessa bitola aí pra dar 1 metro cúbico, como o
senhor fez a conta?”. “Fiz assim, seu Carlos, eu peguei pé, multipliquei por
polegada, multipliquei por pé de novo...”.
Com jeito, disse àquele senhor: “Seu Ardósio, eu
não sei se é certo multiplicar pé por polegada, sei lá, parece que tô
multiplicando uma cebolinha por um tomate, um caderno por uma canoa, não sei se
deve misturar essas coisas...”. “E como o senhor faz?”, indagou Ardósio. “Eu
coloco tudo numa só língua, metro, metro, metro, por isso transformo centímetro
pra metro cada medida da peça na sua espessura, largura e comprimento. Mudo
tudo pra metro pra cumprir aquele desenho do metro cúbico, a letra m com um 3
em cima dele, metro, metro, metro (m3)”.
“Fiuuuuuuu”. Os presentes da oficina assobiaram.
“Seu Ardósio, quem te ensinou a calcular dessa
forma?”.
“O homem que compra a madeira de mim”.
“Pois seu Ardósio, para cada metro cúbico, você dá
de graça 10 peças para ele...”.
“Fiuuuuuuu”.
Ah este ensino que não educa a realidade do
Ribeiro.
Até tentamos ajudar no esclarecimento, nesta tabela
que fizemos Raoni Nascimento, Nilza Miranda e eu.
Tudo isto para chegar
mais próximo da verdade para os Ribeiros.
(Continua...).
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