- Dias 28 e 29 de agosto em Salvaterra - Pesca artesanal em Salvaterra
- Dias 31 de agosto em Chaves - II Encontro de Desenvolvimento Sustentável do Município de Chaves;
- Dias 30 e 31 de agosto em Santa Cruz do Arari - II Seminário para discussão de proteção do Lago Arari.São os marajoaras tentando proteger seus recursos naturais.Lago Arari
domingo, 26 de agosto de 2012
Chaves, Santa Cruz do Arari e Salvaterra debatem nesta semana uso sustentável dos recursos naturais
Esta semana, três eventos acontecerão no Marajó com o objetivo de debater o uso dos recursos naturais por comunidades locais:
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
Rio Gurupi precisa de ajuda
O rio Gurupi separa os Estados do Pará e Maranhão. De um lado Boa Vista do Gurupi, em território maranhense. No lado paraense, Cachoeira do Piriá. Além da ponte, dividem vários povoados ao longo de suas margens, tribos indígenas, comunidades quilombolas.
Em julho e agosto de 2012, visitei as localidades quilombolas de Camiranga, Bela Aurora, Paca, Aningal e Vila Mariana. Destas, somente a última ainda não tinha a regularização fundiária definida, mas todas em comum tem hoje a certeza que mais cedo ou mais tarde terão que discutir como se usa o rio Gurupi, maior fonte de pescado e meio de transporte da região, suas matas, suas margens.
A confusão está em trabalhar a gestão dos recursos naturais em meio a existência de fazendas e olarias que desmatam a mata ciliar e a pessoas que pescam sem respeito na época do defeso. Estão abertas ao diálogo para proteger o rio? Mas o problema é mais complexo: em lugar de fronteira, os órgãos dos diferentes Estados não jogariam (acho que já jogam) a responsabilidade ambiental um para o outro, enquanto os igarapés secam, o rio Gurupi passa por assoreamento, os cardumes ficam escassos, as comunidades ribeirinhas tem menos acesso aos recursos antes abundantes?
O que serve de consolo do que vi são famílias quilombolas dispostas a recuperar o que se desfez e desenvolver novos conceitos. E nas conversas que tive com as lideranças, acharam muito pouco os 15 metros sugeridos pelo Novo Código Florestal como área a ser recuperada nos desmates perto de cursos d´água. São vozes que escutaram outras vozes mais antigas dos tempos de fartura no rio Gurupi. Desejar seu retorno em mata é um direito desta e das novas gerações.
Pessoal, o rio Gurupi precisa de ajuda.
Figura 1 - Ponte sobre o rio Gurupi separando os Estados do Pará e Maranhão. Foto: Carlos Augusto Ramos
Em julho e agosto de 2012, visitei as localidades quilombolas de Camiranga, Bela Aurora, Paca, Aningal e Vila Mariana. Destas, somente a última ainda não tinha a regularização fundiária definida, mas todas em comum tem hoje a certeza que mais cedo ou mais tarde terão que discutir como se usa o rio Gurupi, maior fonte de pescado e meio de transporte da região, suas matas, suas margens.
A confusão está em trabalhar a gestão dos recursos naturais em meio a existência de fazendas e olarias que desmatam a mata ciliar e a pessoas que pescam sem respeito na época do defeso. Estão abertas ao diálogo para proteger o rio? Mas o problema é mais complexo: em lugar de fronteira, os órgãos dos diferentes Estados não jogariam (acho que já jogam) a responsabilidade ambiental um para o outro, enquanto os igarapés secam, o rio Gurupi passa por assoreamento, os cardumes ficam escassos, as comunidades ribeirinhas tem menos acesso aos recursos antes abundantes?
Figura 2 - Porto da Comunidade Paca e Aningal. Foto: Carlos Augusto Ramos
O que serve de consolo do que vi são famílias quilombolas dispostas a recuperar o que se desfez e desenvolver novos conceitos. E nas conversas que tive com as lideranças, acharam muito pouco os 15 metros sugeridos pelo Novo Código Florestal como área a ser recuperada nos desmates perto de cursos d´água. São vozes que escutaram outras vozes mais antigas dos tempos de fartura no rio Gurupi. Desejar seu retorno em mata é um direito desta e das novas gerações.
Figura 3 - Caminho por terra até a comunidade Bela Aurora, área preservada após a luta das famílias locais contra o desmatamento das margens do rio Gurupi. Foto: Carlos Augusto Ramos.
Pessoal, o rio Gurupi precisa de ajuda.
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
Petição sobre a copaíba
Caríssimos,
A copaíba tem
grande importância para as populações tradicionais na Amazônia, sobretudo pelo
valor medicinal do seu óleo, bastante utilizado no combate a várias doenças.
Além disso, seus frutos são procurados pela fauna amazônica, ajudando a manter
o equilíbrio da floresta. Deste modo, a copaíba vale muito mais em pé do que
derrubada para o uso de sua madeira. Para poder estudarmos melhor a espécie, é
necessário manter os indivíduos na floresta, sem a pressão pelo setor
madeireiro.
A exploração da copaíba está ocorrendo em todo o Pará.
A exploração da copaíba está ocorrendo em todo o Pará.
A copaíba é uma árvore que tem muito mais valor em pé do que
derrubada! Vamos proteger a espécie proibindo sua utilização para a extração de
madeira. O que ela precisa é de ciência.
Para assinar a petição, clique em http://www.avaaz.org/po/petition/Proibicao_da_derrubada_de_arvores_de_copaiba_em_planos_de_manejo_florestais_madeireiros/
Um abraço
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
Carta sobre a copaíba
Belém, 06 de agosto de 2012.
Foto: FASE
Caríssimos Heraldo e Pollyanna,
O mundo de hoje é meio sem graça, sem mitos, muito racionalismo, com pouca magia e lirismo. Eu, como engenheiro florestal não podia ficar de fora deste perfil, focado nos resultados e métodos visíveis, concretos e numéricos. Mas foi a árvore de copaíba que ajudou a quebrar a casca dura do só-vendo-pra-crer, deixando mais leve o profissional que hoje sou.
Em curso realizado nos quilombolas de Gurupá para extração de óleo de copaíba, fiquei assombrado com o barulho feito por uma copaibeira quando acertamos a veia dela na procura por óleo. Foi como se um ralo estivesse a sugar uma pia cheia. Falaram isso pra mim antes, mas achei lenda. Assim como dizem que não é pra olhar pra cima na hora de furar a árvore com o trado, pois a bicha fica com vergonha e trava o óleo. Do mesmo modo que indicam que mulher “naqueles dias” não pode acompanhar a tirada do fluido, pois também esconde a produção. Dos casos que ouvi, só testemunhei o primeiro, do ruído dentro do tronco e fiquei maravilhado.
Naquele dia de curso a dita árvore fornecera 15 litros de óleo, que vendidos naquela época (2005, ano do curso) a R$30,00, daria ao quilombola R$450,00, uma boa diária para quem só tem o trabalho de furar, deixar o carote e mangueira fazerem o serviço, enquanto a pessoa faz outras atividades como caça ou pesca.
Em 2012, volto-me com a extração de óleo de copaíba. Desta vez, seu Pacatuba, um sábio daqueles que a gente esbarra na vida, formado na Universidade da Experiência e da Prudência, me diz que no centro de treinamento do IFT uma árvore que ele usa nos cursos que palestra já lhe dera 60 litros, com litro atualmente vendido facilmente no mercado a R$50,00, ou seja, uma receita de R$3.000,00 em uma só árvore! Isso sem falar dos animais que chama para perto de si na época da frutificação como a cutia e o porco-do-mato, a fornecer a carne necessária para os dias de luta pela comida.
Outro dia comprei um vidrinho com 30 ml de óleo de copaíba na farmácia, vendida a R$4,00. Processado e embalado, portanto, seu valor é entorno de R$130,00 o litro. E pelo efeito na gripe da gente, vale a pena.
O que acho que não vale a pena é derrubar copaibeira pra tirar madeira. Pagando o mercado madeireiro cerca de R$156,00 o metro cúbico em tora desta espécie, pense em uma árvore que tenha seus 4 metros cúbicos. São 624 reais que se consegue uma só vez, sem mais óleo e com um atrativo a menos para a fauna. Interfere-se em um potencial medicinal, na cultura de uma comunidade e no andar dos bichos. Mesmo a dita copaibeira que vi em 2005 com seus 15 litros ganhariam hoje em valor monetário sobre sua derruba, na mais pura linguagem capitalista seca.
Por tudo isso, não penso ser correto para o amazônida do futuro que hoje se derrubem árvores de copaíba.
Não deveriam constar nos editais de concessão florestal.
Não deveriam constar nos planos de manejo florestais madeireiros aprovados, principalmente naqueles ditos de POA único (onde só há uma exploração e pronto, uma praga).
Deveria ser condicionante em certificações florestais a ausência da copaíba nos planos operacionais anuais de exploração de madeira.
Caminhemos, pois, para a valorização cada vez mais da floresta em pé.
Aos mestres, escrevi.
Pantoja Ramos
*nota do autor: recebi crítica e fiz autocrítica de que preciso relatar as coisas que faço e penso sobre o Marajó. Envio assim cartas aos amigos, a melhor forma para me sentir mais confortável para escrever.
** Este texto foi originalmente publicado no site Recanto das Letras.
Sociobio tem novos preços mínimos
Benefício atinge produtores de frutos do açaí, baru, mangaba, pequi e umbu, além da amêndoa do babaçu, borracha natural extrativa, castanha do brasil com casca, entre outros.
Permitir ao extrativista receber um bônus caso efetue a venda do seu produto por preço inferior ao fixado pelo governo federal é o objetivo da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) para Produtos da Sociobiodiversidade. Instituído em 2009, o instrumento já beneficia mais de 20 mil pequenos produtores extrativistas em todo o país. Nesta terça-feira (31/07), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), responsável pela execução do programa, divulgou os preços mínimos para a safra 2012/2013, na Portaria nº 701 do Diário Oficial da União.
Entre os produtos da sociobiodiversidade que recebem a subvenção do governo estão os frutos do açaí, baru, mangaba, pequi e umbu, além da amêndoa do babaçu, borracha natural extrativa, castanha do brasil com casca, cera de carnaúba tipo 4, fibra de piaçava e pó cerífero tipo B.
AÇÃO PRESERVACIONISTA
"Se um seringueiro vender 1 kg de borracha por R$ 2,00, a Conab poderá complementar com a subvenção de RS 1,91/kg, pois, hoje, o preço mínimo é de R$ 3,91/kg" explica a diretora do Departamento de Extrativismo da Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente, Cláudia Calório.
Para ela, a política vai além de incentivo econômico aos produtores extrativistas. "Além de promover o desenvolvimento das comunidades, a PGMP para produtos da sociobiodiversidade é importante ferramenta na preservação do meio ambiente e desenvolvimento sustentável das regiões onde esses pequenos produtores vivem". Ela destaca, ainda, o fomento social: "O subsídio promove a continuidade de todo um trabalho de produção dos produtos originários da biodiversidade local em regiões que, muitas vezes, sobrevivem da renda daquele produto da sociobio".
Mais informações no site www.conab.gov.br
Fonte:Ascom - MMA
segunda-feira, 6 de agosto de 2012
Moradores da Reserva Chico Mendes defendem manejo florestal
Morador da Colocação Já Começa, no Seringal Dois Irmãos, Sebastião Nascimento de Aquino, 33, é presidente da Associação dos Moradores e Produtores da Resex-CM em Xapuri (Amoprex) há três anos. No último sábado, 28, Tião Aquino, como é conhecido no associativismo, ganhou de maneira quase unânime mais um mandato frente a uma das tradicionais entidades que nasceram das lutas de Chico Mendes.
Tião Aquino ganhou mais um mandato à frente da Amoprex (Foto: Raimari Cardoso)
A Amoprex representa, diante do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão federal, por meio de contrato de concessão de uso, cerca de 800 famílias moradoras da área da reserva que está dentro dos limites do município de Xapuri, mas conta com apenas 128 associados. Na eleição de sábado, 85 dos sócios votaram e apenas um anulou o sufrágio. Os outros 84 ratificaram a chapa denominada “Acreditando na Economia Florestal”, liderada por Tião Aquino, que elegeu como um dos próximos desafios promover o aumento da participação dos moradores da Resex na Associação.
“Esse é um dos nossos muitos desafios, fazer com que os produtores da reserva extrativista se aproximem e passem a contribuir de maneira mais efetiva com as muitas conquistas que ainda estão por chegar. Representamos um grande número de famílias e um dos próximos passos que temos pela frente é repassar a cada uma delas os termos de concessão de uso”, afirma.
Constituída por quase um milhão de hectares de florestas, a Resex Chico Mendes pertence a sete municípios, sendo eles: Rio Branco, Capixaba, Xapuri, Epitaciolândia, Brasileia, Assis Brasil e Sena Madureira. São cinco as associações concessionárias que fazem a gestão da unidade junto ao ICMBio. A Amoprex detém cerca de 40% da área total e defende projetos como o Plano de Manejo Florestal Comunitário e o Florestas Plantadas.
Acesse aqui o Plano de Manejo da Amoprex
Com relação ao Plano de Manejo Florestal Comunitário, a Amoprex acaba de receber do ICMBio a primeira licença concedida pelo governo brasileiro para a exploração madeireira em uma unidade de conservação. A luta de oito anos, que contou com o fomento do governo do Acre, vai beneficiar inicialmente 62 famílias de extrativistas. Para o projeto Florestas Plantadas, que consorcia seringa com frutíferas e também é apoiado pelo governo, 75 famílias estão cadastradas no programa.
“As comunidades extrativistas da Resex acreditam que o manejo é uma excelente alternativa para a melhoria da renda e garantia de que a madeira será explorada de maneira racional. Por isso, nossa intenção é ampliar o número de famílias beneficiadas, que hoje são 62, para mais de 100 no próximo ano. O programa Florestas Plantadas é outro caminho pelo qual melhoraremos a renda e a qualidade de vida do produtor”, defende Tião Aquino.
Sobre as críticas que recaem sobre o manejo florestal como sistema de exploração madeireira sustentável, Tião afirma que nenhuma delas vem acompanhada de uma solução ou de uma alternativa que se apresente mais eficaz. Ele relembra a realidade de décadas atrás para fundamentar seus argumentos em favor da exploração da madeira por parte das comunidades extrativistas da Resex, a partir de agora legítimas detentoras desse direito.
Tião Aquino ganhou mais um mandato à frente da Amoprex (Foto: Raimari Cardoso)
A Amoprex representa, diante do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão federal, por meio de contrato de concessão de uso, cerca de 800 famílias moradoras da área da reserva que está dentro dos limites do município de Xapuri, mas conta com apenas 128 associados. Na eleição de sábado, 85 dos sócios votaram e apenas um anulou o sufrágio. Os outros 84 ratificaram a chapa denominada “Acreditando na Economia Florestal”, liderada por Tião Aquino, que elegeu como um dos próximos desafios promover o aumento da participação dos moradores da Resex na Associação.
“Esse é um dos nossos muitos desafios, fazer com que os produtores da reserva extrativista se aproximem e passem a contribuir de maneira mais efetiva com as muitas conquistas que ainda estão por chegar. Representamos um grande número de famílias e um dos próximos passos que temos pela frente é repassar a cada uma delas os termos de concessão de uso”, afirma.
Constituída por quase um milhão de hectares de florestas, a Resex Chico Mendes pertence a sete municípios, sendo eles: Rio Branco, Capixaba, Xapuri, Epitaciolândia, Brasileia, Assis Brasil e Sena Madureira. São cinco as associações concessionárias que fazem a gestão da unidade junto ao ICMBio. A Amoprex detém cerca de 40% da área total e defende projetos como o Plano de Manejo Florestal Comunitário e o Florestas Plantadas.
Acesse aqui o Plano de Manejo da Amoprex
Com relação ao Plano de Manejo Florestal Comunitário, a Amoprex acaba de receber do ICMBio a primeira licença concedida pelo governo brasileiro para a exploração madeireira em uma unidade de conservação. A luta de oito anos, que contou com o fomento do governo do Acre, vai beneficiar inicialmente 62 famílias de extrativistas. Para o projeto Florestas Plantadas, que consorcia seringa com frutíferas e também é apoiado pelo governo, 75 famílias estão cadastradas no programa.
“As comunidades extrativistas da Resex acreditam que o manejo é uma excelente alternativa para a melhoria da renda e garantia de que a madeira será explorada de maneira racional. Por isso, nossa intenção é ampliar o número de famílias beneficiadas, que hoje são 62, para mais de 100 no próximo ano. O programa Florestas Plantadas é outro caminho pelo qual melhoraremos a renda e a qualidade de vida do produtor”, defende Tião Aquino.
Sobre as críticas que recaem sobre o manejo florestal como sistema de exploração madeireira sustentável, Tião afirma que nenhuma delas vem acompanhada de uma solução ou de uma alternativa que se apresente mais eficaz. Ele relembra a realidade de décadas atrás para fundamentar seus argumentos em favor da exploração da madeira por parte das comunidades extrativistas da Resex, a partir de agora legítimas detentoras desse direito.
http://manejoflorestalcomunitario.blogspot.com.br/2012/08/morador-da-colocacao-ja-comeca-no.html
Veiculo: http://www.agencia.ac.gov.br
Publicado: 01 de agosto de 2012
Leia na integra: http://www.agencia.ac.gov.br/index.php/noticias/meio-ambiente/20507-moradores-da-reserva-chico-mendes-defendem-manejo-florestal.html
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