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quarta-feira, 16 de junho de 2021

Ispia, Nobres



Ispia Nobres,

Eu entendi a sequência que fizestes

e a quantidade de "Amazônias".

Amazônia 1.0, 2.0, 3.0...

Amazônia 4.0.

E vi que os palitos que usaram para tal conferição 

não é que foram indústrias?

Mas estas mesmas indústrias deslocando-se no tempo não foram

Do pau-brasil?

Das drogas do sertão?

Da borracha e seus soldados?

Da madeireira?

Do palmito?

Dos correntões?

Vós estais certo dessa conta?

Porque prestando contas assim

Pessoas escravizadas

Nativos massacrados

Deslocados

Desmatados

Sedentos

Balsas circulantes de mognos e agora ipês para adornar tronos

Conflitos terminados por dois homens em uma moto

Vale continuar?

Ah é, é a quarta revolução.

Algoritmizada.

De ativos.

De acionistas em seus novos bunkers a jogar a vida nossa.

Uberizados os direitos.

Créditos de carbono em bolsas de futuro.

Os deles.

De instrumentos de comunicação não inclusivos.

É nessa quarta revolução industrial que apostam?

Não sei se é o melhor ponto de partida e de vista.

Não daqui de onde escrevo.

Na verdade, eu não somaria.

Foi subtraída a Amazônia.

Traída.

Atraída.

Por outro lado, do avesso das coisas, eu elevaria à potência certos valores da Amazônia.

À potencia a ancestralidade.

À potência eu elevaria os amazônidas, nascidos e não nascidos que em comum a amam.

Incluídos vós e eu.

Que em comum compartem, racionalizam, reagem.

Eu não somaria Amazônia 4.0... mas se sua conta está certa,

fazendo as contas, deixa ver... corta aqui, corta lá, noves fora, 

Vejam só: eu fiquei de fora.

Aquela nação indígena ficou de fora.

Aquela comunidade quilombola ficou de fora.

Lugares e falas em descarte.

Só a burguesia manteve-se, acumulando, acumulando, somando, somando:

Amazônia 1.0, 2.0. 3.0.

Amazônia 4.0.


(Postei e sai remando...).



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