domingo, 29 de setembro de 2013

Presidente do Uruguai fala na ONU em ciência, paz e critica o estímulo a uma vida de ‘resíduos e desperdícios’


Na Assembleia Geral das Nações Unidas, o discurso dos presidentes do Brasil, Irã e Estados Unidos repercutiram pelas formas tradicionais de poder, mas nas redes sociais quem bombou foi o presidente uruguaio José ‘Pepe’ Mujica com seu discurso humanitário, favorável à ciência e condenando as guerras como solução dos problemas políticos. Ele até se voluntariou para ajudar as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o Estado da Colômbia a fazerem um acordo de paz. O presidente americano, Barack Obama, chefe do maior exército do mundo, ficou por cima de todos, aos menos nos números de tuítes. Mas o crescimento de Mujica foi significativo e superou o da presidente brasileira e do iraniano Hassan Rouani após suas falas no púlpito das Nações Unidas. Enquanto eles caíam, as palavras do ex-guerrilheiro uruguaio eram espalhadas pelos ventos do Twitter pelas Américas e pela Europa, segundo as ferramentas de medição de redes sociais Topsy e TrendsMap.


O mérito de Mujica é ainda maior se for levado em conta o histórico dos outros presidentes, mais “incensados” pela mídia e que, ao longo da semana, ou no caso de Obama, do mesmo dia, têm assuntos domésticos que levam a milhares de tuítes sobre suas ações, explica Pedro Ivo Rogedo, pesquisador de mídias sociais da Coppead/UFRJ. No caso de Obama, o pesquisador diz, a repercussão de sua fala na ONU foi “relativamente pífia”. Ele lembra ainda que Rouhani teve também uma boa repercussão após seu discurso, quando reconheceu a existência do Holocausto em uma entrevista.


Há algumas semanas Mujica também criticou a ameça americana de bombardear a Síria com sua linguagem peculiar: "O único bombardeio admissível na Síria é de leite em pó, biscoitos e alimentos, não de armas”.

Veja alguns trechos do discurso de Mujica na Assembleia da ONU:

“Olá a todos, venho do Sul, esquina com Atlântico e o Prata”, começou Mujica, que tem 78 anos.

“Nossa época continua dirigida pela acumulação e pelo mercado. Prometemos uma vida de resíduos e desperdícios”.

“Minha história pessoal, a de um garoto, porque algum dia fui um garoto, que como outros quis mudar sua época, seu mundo, o sonho de uma sociedade libertária e sem classes”.

“No fundo, trata-se de uma contagem regressiva contra a natureza e contra a Humanidade como futuro. Civilização contra a simplicidade, contra a sobriedade, contra os ciclos naturais, e pior: civilização contra a liberdade que pressupõe ter tempo para viver as relações humanas, o único transcendente: amor, amizade, aventura, solidariedade, família”.

“Como se fosse pouco, o capitalismo produtivo, verdadeiramente produtivo, está meio prisioneiro da caixa dos grandes bancos, que no fundo, são o ápice do poder mundial”.

“Precisamos, sim, mastigar muito o velho e eterno da vida humana, junto à ciência, essa ciência que se empenha pela Humanidade e não para se ficar rico”.

“Então, cada um empunha as armas de acordo com seu próprio valor, e aí estamos porque não podemos raciocinar como espécie, apenas como indivíduos”.

“Fazemos diferenciações hierárquicas que, no fundo, minam o melhor que têm as repúblicas, que ninguém é melhor do que ninguém”.

“Defino que, enquanto o homem viva em clima de guerra, está na pré-História, apesar dos muitos artefatos que possa construir. Até que o homem não saia dessa pré-História e arquive a guerra como recurso quando a política fracassa... essa é a grande marcha e o caminho que temos pela frente”.

“Pensem que a vida humana é um milagre, que estamos vivos por milagre e que nada vale mais do que a vida. E que nosso dever biológico é por cima do todas as coisas, respeitar a vida e impulsioná-la, criá-la, procriá-la e entender que a espécie é nosso nós”.

http://oglobo.globo.com/mundo/discurso-de-mujica-na-onu-supera-rouhani-dilma-obama-no-twitter-10153872

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Manejo Florestal em Porto de Moz - Comunidade Arimum

Segue abaixo informe da Associação Comunitária de Arimum, Porto de Moz, sobre seu manejo florestal comunitário.



"Prezados,

Gostaríamos de informar que já começamos a extrair as árvores autorizadas, que totalizam 4.186,320 m³ pertencentes a 13 espécies florestais, referente ao terceiro Plano de Operação Anual da comunidade Arimum. Assinamos contrato com a empresa Arca Indústria e Agropecuária LTDA, de Tomé-açu - PA, para venda da madeira e terceirização das atividades de arraste e transporte.


Agradeço desde já o apoio de todos para que se tornasse possível mais essa conquista, que certamente irá trazer benefícios para todos os moradores da comunidade.


No final da safra convidaremos os parceiros que vêm nos apoiando para uma reunião de avaliação e reflexão de todo o processo de licenciamento e comercialização da madeira, dentre outros.


GENÉSIO RIBEIRO DA SILVA
Associação Comunitária de Desenvolvimento Sustentável 

do Rio Arimum (ACDSRA)".


terça-feira, 10 de setembro de 2013

O viveiro agroflorestal de Portel, no Marajó

Heron Macêdo, secretário de desenvolvimento econômico
e Antônio Vaz em frente a um dos módulos da UNIP.
Foto: Carlos Ramos


Em visita no último dia 07 de setembro de 2013, na cidade de Portel, visitei a Unidade Agroflorestal de Portel - UNIP, local de produção de mudas e sementes. O viveiro é gerenciado pela prefeitura de Portel, mais especificamente por sua Secretaria de Desenvolvimento Econômico.

Portão de entrada da UNIP. Foto: Carlos Ramos


Além de produzir hortaliças (alface, chicória, etc), essências agroflorestais (cupuaçu) e espécies de uso madeireiro (paricá, ipê), a UNIP testa formas práticas de produção de mudas. O melhor exemplo é o uso da garrafa pet nas sementeiras e na irrigação, cuja criatividade dos profissionais que lá atuam demonstra que é possível diminuir custos de manutenção de viveiros, fortalecendo seu principal objetivo: recuperar áreas degradadas e oferecer ao município e agricultores alternativas de melhoria de renda e conservação da floresta.


 
Antônio Vaz, Nogueira Júnior e Heron Macedo são os idealizadores
e lançam a proposta de garrafa pet para as sementeiras. Foto: Carlos Ramos


Copinhos de café reaproveitados
na produção de hortaliças. Foto: Carlos Ramos



Com 2 módulos que podem minimamente produzir 60 mil mudas (inclusive já receberam apoio do IDEFLOR), o viveiro agroflorestal de Portel é vital para o município nesta nova relação com os recursos naturais, hoje visitada por escolas e visitantes. 


Garrafas pet sendo usadas como irrigação. Pingando, pingando no pé de açaí.
Foto: Carlos Ramos.


Para quem quer reflorestar, é só procurar a prefeitura de Portel e seu viveiro.


Que a UNIP cresça cada vez mais, tal qual os paricás que o rodeiam...


PARABÉNS PELA BELA INICIATIVA PARA O MARAJÓ VER.