E Seu Lauro Costa se foi... um homem que honrou bravamente o termo “trabalhador
rural”, lutador da comunidade São João do Jaburu de Gurupá, incansável nos bons
e maus momentos, sempre com a esperança no olhar por dias melhores. Não aceitou
a condição de esperar que a floresta fosse conservada, mas praticou o ato de manejar
em seu cotidiano, como se fosse uma religião.
Lauro foi aquele que fez acontecer o manejo florestal de pau-mulato, hoje adotado
por dezenas de famílias de várzea em Gurupá, na tentativa de consorciar frutos e
madeira, açaí e pau-mulato, juntando também os cupus e cacaus da vida pelo meio
do consórcio, que eu na minha empáfia tecnicista denomino o sistema agroflorestal
e que Lauro chamava simplesmente e sabiamente de manejo. Está certo, Seu Lauro,
é manejo e pronto. Também foi agente comunitário decisivo, juntamente com
Manoel Cordovaldo Chaves (Codó), Manoel João Gama e outras lideranças locais na
delimitação da hoje decretada Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Itatupã-
Baquiá, a primeira e única do gênero a nível federal, envolvendo 180 famílias
agroextrativistas.
Uma lição de perseverança, modéstia e visão de futuro. Que o nosso eterno amigo
fique com Deus, em uma floresta dos mais belos açaizais e árvores que ninguém
pode imaginar aqui na terra.
Retirado da obra:
Regularização Fundiária e Manejo Florestal Comunitário: Sistematização de uma experiência inovadora em Gurupá – PA
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