segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Um bilhete escondido por entre os tijolos sobre as eleições de 2018 - O Balanço da Comunicação Jornalística

O PIG se apequenou.

Globo, você é uma covarde!

Record, você blasfemou em terreno sagrado dos festivais da MPB.

Os jornais estrangeiros (El País, The Intercept) ajudaram bastante na luta.

Comunicar ganhou novos ares. Reaprendemos a ler colunas, crônicas.

Viva Eliane Brum!

Sakamoto!

DCM!

GGN!

Carta Capital!

Menção honrosa para a Folha de São Paulo através de sua guerreira Patrícia Campos Mello. No futuro, falarão que ela ajudou a desmascarar uma máfia mundial. Aplausos.

Os guerrilheiros: Mídia Ninja, O Cafezinho, Brasil 247, Brasil de Fato.

etc., etc.


Ligados na História.

Quem não se comunica, se trumbica.





sábado, 27 de outubro de 2018

Um bilhete escondido por entre os tijolos sobre as eleições de 2018 - Sabem por quem eu irei votar amanhã?

Sabem por quem eu irei votar amanhã?

- Pelo menino que foi morto e que jogava bola comigo quando eu era criança e que as "forças" não deixaram divulgar o assassino lá nos anos 1980;


- Pela senhora que foi expulsa de sua casa por uma empresa madeireira;


- Pela família ribeira que teve a casa derrubada em causa ganha por uma pessoa que não morava lá mas que exigia a metade das rasas de açaí;


- Pelos casais amigos (e mesmo os que não conheci ainda) que amam não importa a orientação sexual;


- Pelas nações indígenas e povos quilombolas, preciosa origem que cada um de nós traz no sangue;


- Pelos igarapés e rios que não aguentariam as máquinas pesadas para desmatar em busca de minério, madeira ou simplesmente transformar em pasto; queria que as pessoas do futuro sentissem como é bacana (e friozinho) se banhar num igarapé; 


- Pelas pessoas que precisam de algum cuidado físico especial, na colaboração de esclarecer e diminuir o preconceito em relação à elas;


- Por você que não concorda comigo agora e que manterá seu voto em um mentiroso espalhador de discórdia entre os lares brasileiros; se trabalhas muito e não tens tempo pra se informar, continuarei tentando te passar uma segunda opinião para que cheguemos à conclusão juntos que ser humano e estar no lugar do outro é uma lição de vida;


- Pelas pessoas que lutaram e lutam pela nossa frágil, porém valiosa Democracia;


- Pelas mulheres;


- Pelos pobres;


- Pela leveza e criatividade de pessoas como o Barão de Itararé, que após ser espancado por militares na ditadura Vargas, criou a genial frase, colocando-a na porta de seu escritório: "entre sem bater";


- Pela poesia livre e manifestada de perguntar sobre o mundo ao seu Criador;


- Pela Paz.



terça-feira, 23 de outubro de 2018

Professor Benedícrates e Zezelo: Democracia e Ditadura são Cobras

- Professor Benedícrates, acharam uma jiboia e uma surucucu lá no galinheiro.
- E o que fizeram as pessoas?
- Um monte de gente gritou para matar a jiboia e deixar viva a surucucu.
- Mas Zezelo, a Jiboia pode até comer as galinhas, mas também protege a casa dos ratos; e se bem conduzida, a jiboia vira uma parceira dos donos da casa; surucucu, por outro lado, não se domestica, é muito venenosa, é violenta e se não mata, deixa a pessoa aleijada com sua dentada.
- Vai entender professor? A galera tá lá abraçando a surucucu...


quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Um bilhete escondido por entre os tijolos sobre as eleições de 2018 - Recalque

Penso que temos no mínimo 46% dos eleitores neste país com demônios agora mostrados. 

Pessoas.

Os algoritmos da Cambridge Analytica apenas otimizaram suas emoções e sentimentos sobre aquilo que não entendem nem aceitam. 

Nessa meia idade em que me encontro ( aliás você e eu nos encontramos) , somos a transição para uma geração abaixo dos 12 anos que precisa de orientação ética e reforço dessa ética contra algoritmos, preconceitos e traumas mal resolvidos. 

O que ameaça ultimamente a Democracia frágil que temos é um profundo recalque. 

Bolsonaro é puro recalque. 

Velhos militaristas são puro recalque. 

Recalque da beleza que é ser libertado na mente para mostrar opiniões, sexualidade, sonhos. 

Pastores que apoiam esse monstro... Não,  esses são traidores do livro que seguem. 

Tudo misturado numa institucionalidade fascista, dorminhoca até acordar em 2013.






quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Rádio Comunitária de Gurupá: "Como se Resolvem os Problemas da Amazônia?"

Foto: Gilvandro Torres de seu Blog/ Projeto Virtual Cultural de Gurupá.




Caríssimxs da Amazônia, do Marajó, de Gurupá.

Este é um texto indignado. Pelo incêndio da Rádio Comunitária de Gurupá. De um tempo nosso agora de luta, de símbolos e de reforço da Memória, aquilo que nos é de mais valioso, repito, a Memória.

Da lembrança da minha primeira entrevista na Rádio Comunitária Educadora de Gurupá, às 5 horas da manhã, realizada pelo "comunicador que vos fala" Sabá Pena naquele ano de 2004. Cheio de sono, cheguei no humilde estúdio todo sonolento e remelento. Ali no cumprimento da promessa feita à Sabá, que alegre todo, tocava Tonico e Tinoco e mandava recados para os "caros ouvintes do programa do Sindicato dos Trabalhadores de Gurupá". 

"Aqui estamos finalmente com a presença do engenheiro florestal da FASE, o senhor Carlos Augusto!!".

Eu mais pra lá do que pra cá sonhando com a minha rede ainda junto com meu lençol lá no escritório da FASE. Todo encolhido fiquei na rádio com as mãos debaixo do sovaco para esquentar as mãos naquele fim de madrugada. Tudo escuro ainda.

Sabá falava rápido como todo radialista que se preze. 

"Diga bom dia para nós caro senhor Carlos para nosso ouvintes que estão nas suas casas em suas redes suas casas desse nosso querido Gurupá de Deus".

"Bom dia". Quase não sai a voz.

"Bom dia o doutor Carlos está aqui meio sonolento Seu Carlos responda para nossos trabalhadores rapidinho pergunta fácil para começar a nossa conversa COMO SE RESOLVEM OS PROBLEMAS DA AMAZÔNIA??".

"Quuêeeeeee?? PQP".

Saiu no ar meu palavrão de susto. Acordei na hora. Esfreguei o olho e pulou longe a última remela.

"Bom-bom-bom-bom, é... pois é... como se resolvem os problemas da Amazônia ré-ré-ré..."

(Com sorriso amarelo).

Comecei a falar da união das pessoas, da riqueza da floresta amazônica. Do histórico de exploração irracional que temos sofrido. Da grilagem de terras. Do valor das comunidades da floresta. Da união das pessoas (já disse isso né?). Dos projetos mirabolantes que nos chegam de tempos em tempos. Dos conquistadores. 

Falei tudo desconexo, discursando como se me dirigisse para uma plateia de milhões. 

Acordado, gente, acordado! 


Durante o dia ouvi de uma amiga: "Carlos, querem saber quem aquele que discursava tamanha 5 horas da manhã?".

Outro amigo disse: "eu ouvi o PQP! Rá-Rá!". Outro amigo, o Almir, riu da minha situação: "e aí Carlos, como se resolvem os problemas da Amazônia?".

Procuro a resposta até hoje.

Nas perguntas quem fazem aqueles que se uniram para enfrentar a opressão.

Nas ondas de rádio de quem me escutou libertos dos coronéis.

Na Freqüência Modulada do Amor pela Terra e pela Floresta.

Na manhã que nasce com os galos a nos despertar.

No Gigante que acorda sempre que é desafiado: o Movimento Social de Gurupá.

Na pergunta deixada no ar: "COMO SE RESOLVEM OS PROBLEMAS DA AMAZÔNIA?".



Vai lá Sabá Pena!! Deixa eu te imitar?


"Aqui quem vos fala é o comunicador Sabá Pena, da Rádio Comunitária de Gurupá, rádio eterna, lutadora, que apesar do fogo, sempre será reconstruída enquanto houver luta, enquanto houver esperança, não é isso companheirada?? E agora uma música para nosso tempo".


"ESSA LUTA É NOSSA/ ESSA LUTA É DO POVO/ É COM JUSTIÇA QUE SE FAZ UM BRASIL NOVO...".












domingo, 7 de outubro de 2018

Lamberto, o Traumatizado: Like a Virgin

Lamberto, o Traumatizado e seu padrinho-quase-pai, Bom Colares,  esperavam o ônibus para retornar para a sua casa. Ambos já tinham votado e como Bom Colares dissera que podia ser a última vez que exercia sua plena cidadania de votar pelo avançar da sua idade septuagenária, pediu a Lamberto que o acompanhasse. Foram às urnas e assim aguardavam o coletivo demorado em aparecer, naquele dia de Domingo às 17 horas. 

No outro lado da rua, uns homens parrudos bebiam na calçada. Levantavam os copos de cerveja e como espartanos gritavam o nome de seu candidato à presidência, para eles um símbolo de masculinidade acima de todos. Como fundo musical daquela bebedeira, reconheceram Lamberto e Bom Colares as baladas dos anos 1970 e 1980. Como não tinham nada pra fazer, brincaram de buscar na memória quem poderia ser a banda ou intérprete.

O maior deles daquela turma, um verdadeiro guarda-roupa de tão grande, esbravejava para toda a vizinhança escutar: "O CAPITÃO VAI ACABAR COM OS VIADOS!! CÊS VÃO VER! BANDO DE BICHINHA!".

Tocou Ritchie. "Menina Veneno, você tem um jeito sereno de ser...".

Lamberto e Bom Colares acharam engraçada a ironia entre o bradar do homem e os versos naquele instante do inglês Ritchie.

"QUERO VER AGORA QUEM MANDA NESSA PORRA!!'". Deu um murro na mesa que espantou até seus colegas. Era um brutamontes.

Virou a música. Tocou George Michael. O homem nesse meio tempo já estava na terceira cerveja. Resolveu arriscar a cantar o refrão, num falsete esquisito, tímido. 

"AI NEVE GONA DANCE THE TICAN, CANTI UÍ GOTI THE HORRÍVER...".


Bom Colares só urubuservando.


"CAPITÃO VAI METRALHAR, VÃO METRALHAR OS COMUNISTAS!".


Nada do ônibus passar. Toca outra música. Banda Erasure. O Guarda-roupa já está com sinais visíveis de embriaguez. Canta alto o refrão.


"AI TATI MINHA ESCOVA!! OUI OUI NÉM PRIS SKID ROM...".


Ensaia uma dança, meio contido. Os demais gritavam também suas palavras de ordem.

"VAI PRA CUBA!".

"ORDEM E PROGRESSO!".

"BRASIL ACIMA DE TODOS!".


Todos bêbados, empolgados simulando tiros no ar.  Pareciam em transe, forçando a goela em suas palavras de ódio. O Guarda-roupa mais uma vez urra:


"VAMO GANHAR E ACABAR COM ESSA SAFADEZA. BANDO DE COMUNISTA, PRETO VAGABUNDO, BICHAS! VIADOS!".


Lá vem o ônibus, finalmente. Pergunto à Bom Colares, o que ele acha daquela visão:

"Desde que o mundo é mundo, quem desdenha quer comprar...".



Toca Madonna. Ela anuncia: 

"Like a Virgin...".

O guarda-roupa não se conteve e completou levantando os braços: 

"EI!!".









Sem Traumas.




segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Um bilhete escondido por entre os tijolos sobre as eleições de 2018 - Amar o Amor acima de todas as coisas



Pela fé que tenho nas pessoas eu digo: tu não és robô, tu não és algoritmo, tu és gente! Tu nasceste de amor, não nasceu duma chocadeira. Tens avô, avó, pai, mãe, filho, filha, amigos, amigas, de toda cor, de todo gênero, de toda orientação, de todo time, de todo tipo de comida, de todo tipo de música. Tu só chegaste a mostrar teus gostos porque a Liberdade te permite isso. Tu queres falar a língua dos homens, queres falar a língua dos anjos, mas meu caro, sem amor, nada és, como é dito em Coríntios. Nada sou. Quando o primeiro artigo do Mandamento diz "Amar a Deus sobre todas as Coisas", penso logo que Deus é Amor. Assim, o primeiro Mandamento por Silogismo é "Amar o Amor acima de todas as coisas". Chaplin estava certo, ditadores só libertam a si mesmo. Não sejamos capacho de alguém que juramos que cuidará de nós, porém, no final das contas, nos tratará como lixo! Não seja aquele que diz às favas com os escrúpulos de consciência e aí inunda-se este país com sangue, como foi o AI5. Lembras que num casamento ou na política, tu não casas só com a noiva e sim com toda a família dela. Podes abrir a porta para uma horda de sanguinários destilar toda a sua miséria humana violenta sobre inocentes, simplesmente porque eles querem liberdade e buscar a felicidade aprisionando os demais. Pobreza é não ter escolha. É o que os canalhas desejam. Não seja pobre de espírito, arrume uma escolha que dialogue com a vida e não que babe ódio. Não fique com raiva de mim, eu quero te acordar desse seu sono de insensibilidade e indiferença.

Pela da criança que um dia fostes, sejas Humanidade.


Ela aqui nestes rincões é a que está em jogo.