Figura 1 - Ponte sobre o rio Gurupi separando os Estados do Pará e Maranhão. Foto: Carlos Augusto Ramos
Em julho e agosto de 2012, visitei as localidades quilombolas de Camiranga, Bela Aurora, Paca, Aningal e Vila Mariana. Destas, somente a última ainda não tinha a regularização fundiária definida, mas todas em comum tem hoje a certeza que mais cedo ou mais tarde terão que discutir como se usa o rio Gurupi, maior fonte de pescado e meio de transporte da região, suas matas, suas margens.
A confusão está em trabalhar a gestão dos recursos naturais em meio a existência de fazendas e olarias que desmatam a mata ciliar e a pessoas que pescam sem respeito na época do defeso. Estão abertas ao diálogo para proteger o rio? Mas o problema é mais complexo: em lugar de fronteira, os órgãos dos diferentes Estados não jogariam (acho que já jogam) a responsabilidade ambiental um para o outro, enquanto os igarapés secam, o rio Gurupi passa por assoreamento, os cardumes ficam escassos, as comunidades ribeirinhas tem menos acesso aos recursos antes abundantes?
Figura 2 - Porto da Comunidade Paca e Aningal. Foto: Carlos Augusto Ramos
O que serve de consolo do que vi são famílias quilombolas dispostas a recuperar o que se desfez e desenvolver novos conceitos. E nas conversas que tive com as lideranças, acharam muito pouco os 15 metros sugeridos pelo Novo Código Florestal como área a ser recuperada nos desmates perto de cursos d´água. São vozes que escutaram outras vozes mais antigas dos tempos de fartura no rio Gurupi. Desejar seu retorno em mata é um direito desta e das novas gerações.
Figura 3 - Caminho por terra até a comunidade Bela Aurora, área preservada após a luta das famílias locais contra o desmatamento das margens do rio Gurupi. Foto: Carlos Augusto Ramos.
Pessoal, o rio Gurupi precisa de ajuda.
Estive por lá, em 1982.
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