segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Da lata à Belo Monte

Imagem: http://omatiense.com/brasil/justica-considera-valido-licenciamento-ambiental-de-belo-monte/


Portel, 31 de julho de 2013.

                                                                       
Só duma golada.
Joguei uma lata de cerveja no rio.
Tão porre.
Sonhático.
Sonhei que podia ter aproveitado aquela latinha.
Pensei que alguém podia catar a lata.
Requiclar. Porra. To porre. Reciclar.
Porque senão tenho que comprar latinha nova.
Que uma fábrica faz.
E custa uma energia danada, lá em Barcarena.
O alumínio da lata.
Eu já bebi muito lá em Barcarena.
Era trabalhador de lá.
É produção dia e noite de alumínio.
Tudo pras lata.
Aí eu preciso de luz elética.
Porra, to porre. Energia.
Mas lá em Altamira tão fazendo mais energia.
Da delétrica do Belo Monte. To porre.
Hidelética. Hideléticra. Porra. Da barrage.
Da usina que vai ajudar a fábrica.
Pra fazer mais alumínio.
Mais latinha pra por a cerveja pra eu beber.
A usina vai mexer no rio dos índios de lá.
Tão puto.
Vive dando notícia no jornal.
Que nem das menina de longe pra ir pros puteiro.
Como tá cara a cerveja em Altamira!
O tira-gosto também.
É o pogresso. Poguesso. Porra. To porre.
É o homem.
Ganância.
É A FALTA DE DEUS NO CORAÇÃO DAS PESSOA!
Calo não. Calo não.
Sou cidadão do Brasil brasileiro.
Tenho direito de falar.
VEM CALAR A MINHA BOCA, SE TU TEM CORAGEM!
Ô vida desgraçada.
Ô Darlene, por que me deixaste pra aquele sujeito!
Sujeito que veio lá de Altamira, da barrage.
Sacanagem.
Porra. To porre.
Caiu mais uma lata no rio.
Pantoja Ramos

Um comentário:

  1. Boa tarde,
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