Oitava Marchinha
Afuá, 23 de janeiro de 2018.
Hoje entrevistei uma família.
6 jovens parados na oitava série.
Parados por falta de uma nova etapa de educação.
Ensino médio.
Média nota não merece os gestores em oito anos de incoerência.
De incongruência.
Deus me dê força pra que eu me indigne sem sentir raiva. Não desejo nivelar-me aos desgraçados que tomam conta da educação paraense há décadas.
Quando tu não ofertas estudos, sentencias o jovem à própria sorte.
Hoje naquela casa eu reforcei o que entendia sobre a falácia da Meritocracia.
Hoje eu pensei na educação do Pará e na mente mandei pra longe o Governador.
Hoje eu pensei que o empresário chinês é para o alto comando mais importante do que aqueles jovens da oitava série paralisados na educação.
Hoje eu quase amaldiçoei o Pará.
Mas não posso. Não seria correto. Ao faltar-me amor, cairia na armadilha da falta de humanismo e humanidade dos governantes.
A culpa não é da grande maioria dos meus conterrâneos.
Somos vítimas.
Respirar fundo e educar.
Escutar a Oitava Sinfonia de Bethoven.
Droga, relembrei da oitava.
Como sou falho, desejo a todo aquele que mata jovens rapidamente ou lentamente:
UMA MARCHINHA DE CARNAVAL!
Marchinha da Oitava
Vou ter um filho
Mesmo tão novo
Com pequeno pra cuidar
Vou enfilhar
Mesmo tão moça
Com criança pra mamar
Paro na oitava
Ensino médio que sumiu no interior
Gente parada
Que poderia ser engenheira ou dotô
Trinta por cento parindo
São as meninas seguindo
Mundo das drogas perigo
O traficante sorrindo
No ano de eleição
Com o meu voto eu presto
Mas acabando a folia
Continuo no cabresto
Ai Ai Ensino Médio
Eu sei que é bom remédio
Ai Ai a faculdade
Me ajuda a cumprir essa vontade
Ai Aí Ensino Médio
Eu sei que é bom remédio
Alô Comunidade!
Tudo unido pra mudar a realidade