Salvador, a caminho de Belém, 18 de março de 2020.
O astrônomo certamente sabe que um dia virá um meteoro.
O Meteoro que nos fulminará.
Mas existe um outro Meteoro.
Este, interno da Terra, para nos confrontar.
Aquele nascido de nossa falta de amor.
Aquele nascido de nossa violência à terra.
Lá vem o Meteoro.
Um Meteoro que impacta a consciência de que podíamos tê-lo evitado.
E nem precisaríamos de telescópios de alta tecnologia para vê-lo.
E sim, a visão da alma coletiva reprimida.
Chegou o Meteoro, Li.
Não o Meteoro do pessimista que se veste de Apocalipse com seus cavaleiros.
Nem o Meteoro otimista que se intitula tão inteligente que pomposo afirma que "sairemos desta com toda certeza" sem a empatia aos que dormem nas calçadas.
Mas às pedras que sabem que nos atiramos uns nos outros.
Se não conscientes, a primeira pedra no meio do caminho.
O Meteoro realista que só será parado se transformarmos nossa conduta.
Passou o Meteoro deixando-nos um novo Setembro.
Deixou a conduta da fina flor da solidariedade.
E saudade.
E prestação de contas dos negligentes e tacanhos.
Lá, longe, o Meteoro.
O Meteoro Vírus se foi ou terá sofrido uma mutação, resultado de nossa teimosia?
E na microscopia da humildade aprendida, acredito na rainha-menina que o tempo dirá Fortaleza.
Para enfrentar o Meteoro.
Somos orbitais e libertos ao mesmo tempo.
Não ilhas, apesar das paredes.
Pantoja Ramos
Publicado no Recanto das Letras
Muito bom PARABÉNS..poeta!
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