Caríssimos,
Hoje visitei a Ilha das Araras, Curralinho, no Marajó, localidade que detém um importante teste de desenvolvimento local que pode significar um novo estágio para comunidades agroextrativistas: o uso da energia eólica e solar.
Implantado a 2 anos, o projeto de energia solar na comunidade Santa Maria tem sido bem avaliado por alguns moradores com quem conversei. O questionamento deles fica por conta da manutenção, já que ninguém do município foi capacitado para atuar em caso de problemas. "Mas funciona", diz um morador que vê o fornecimento por cerca de 12 horas por dia de energia elétrica para as 18 famílias locais, cujo desempenho fora ultimamente diminuído por uma rama de açaizeiro ter caído em algumas placas solares, conforme relatos.
Na outra comunidade, chamada Santo Antônio, testa-se a energia eólica. Os "cataventos" e a central de placas solares fornecem energia para 40 famílias por 18 horas, na capacidade prática de atender por casa 3 lâmpadas, 1 frezzer e 1 televisão. É pouco, mas é um começo.
Detalhe: o Catavento está parado, esperando o técnico da empresa concessionária de energia do Estado para avaliação.
O projeto híbrido de geração de energia é uma ação do programa Luz para Todos, do Governo Federal.
Apesar dos avanços, fóruns como o Colegiado de Desenvolvimento Territorial do Marajó precisam acompanhar o processo para animá-lo como iniciativa valiosa, cobrar a socialização dos resultados e mais investimento nesta plataforma de energia.
Para conhecer mais este projeto, visite:
http://www.pac.gov.br/i/184c0cbd
Por outro lado, a Ilha das Araras é destaque na região na pesca de camarão. Na reunião em que participei, ficou claro a intenção de melhorar o sistema de manejo do camarão, como no exemplo apresentado a eles da experiência da Ilha das Cinzas, em Gurupá, reconhecida nacionalmente.
Preocupados com a sua maior fonte de renda, os comunitários da Ilha das Araras disseram que a organização social para pesca sustentável do camarão é fundamental para a ilha, hoje sem uma forma que apresente qualidade de pescado nem garantias para a manutenção dos estoques do crustáceo.
Além deste desafio, os moradores da Ilha das Araras tem 6 meses para construir espaço adequado para a manipulação de camarão, o que permitiria a venda a supermercados da capital Belém, segundo cobrança do Ministério Público Estadual. A Adepará e a Secretaria Municipal de Pesca de Curralinho estão acompanhando a associação local na busca de soluções para o entrave.
Conscientizar os associados que é preciso aprimorar a produção local de camarão em bases sustentáveis é o primeiro passo, analisaram os participantes.