quinta-feira, 7 de julho de 2016

Pretensão de traduzir gráficos: Precariados, Uni-vos! / PARTE 3 - FINAL

“Quando se propõe uma visão da natureza unicamente como objecto de lucro e interesse, isso comporta graves consequências também para a sociedade. A visão que consolida o arbítrio do mais forte favoreceu imensas desigualdades, injustiças e violências para a maior parte da humanidade, porque os recursos tornam-se propriedade do primeiro que chega ou de quem tem mais poder:
O vencedor leva tudo...”
Laudato Si/ Encíclica do Papa Francisco I.



Belém, 06 de julho de 2016.
Caríssimos e Caríssimas,


     Os três escritos elaborados aqui em desfecho foram pretensiosos em tentar analisar a Dívida Pública Brasileira e suas implicações na nossa vida.  Nem de longe sou especialista no assunto, por isso, peço perdão se registrei algo indevido. Contudo, sou curioso e sei ainda indignar-me. Não sinto raiva, o que não ajuda neste mundo já tão conturbado e sim, ressalto, uma altíssima indignação que me mobiliza a não aceitar e agir sobre esta situação. Por isso minimamente escrevi sobre o tema na tentativa de despertar também alguma curiosidade.


     Vejam o gráfico abaixo, por obséquio:





O estranho globo acima resume os estudos de matemáticos que concluíram sobre a rede capitalista que domina financeiramente o mundo[1]. De acordo com a pesquisa de 2011 (porém bastante atual, dada a manutenção e agravamento da concentração de renda no planeta entorno de poucas pessoas e empresas), envolvendo 43.000 empresas transnacionais, concluiu-se que um pequeno número delas tem um poder desproporcionalmente elevado sobre a economia global. Tudo isso num respeitável banco de dados que possui 37 milhões de empresas e investidores.

Das 43.000 empresas transnacionais, 1.318 detêm um controle sobre a economia real que atinge 60% de todas as vendas realizadas no mundo todo. E destas, dão as cartas somente 147 empresas (a maioria bancos). É fácil imaginar que algo está muito errado, confirmado pelas investigações da OXFAM de que 1% da população detém a mesma riqueza que os 99% restantes[2].

E é isso o que somos, os restantes. Os precariad@s.

Não! Não seremos. Recuso-me!

Teremos a Clarividência de Milton Santos!

A Certeza Educacional de Paulo Freire!

A Dimensão do Local de Edgar Morin!

A Coragem do Papa Francisco!

A Atitude de Zilda Arns!

A Perseverança de Vandana Shiva!

O olhar de um outro mundo possível no rosto dos estudantes que acordam!

Não seremos mais precariados.

Nem restantes.

E sim humanos.

Vida. 

Amor.

Justificáveis.

Então levante a cabeça, mano.

Levante a cabeça, mana.

Levantemo-nos.




Carlos Augusto Ramos


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