segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Marajó e INPE - Dados de 2018



Copaíba (plântula), comunidade Monte Herom, Portel-PA.



Caríssimas e Caríssimos,

Na defesa de tão importante órgão que tem sido nossos olhos para monitorar e combater o desmatamento na Amazônia, busco homenagear o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) neste simples ato de compilação e transformação em gráfico para os marajoaras.

Abaixo, o desflorestamento acumulado no Marajó até 2018.




















Fonte: INPE/PRODES/http://www.dpi.inpe.br/prodesdigital/prodesmunicipal.php


A área total de desflorestamento somam 422.750 hectares do total de 10,4 milhões de hectares do território marajoara. Isso equivale a 4% da mesorregião, com Portel e Breves liderando o total absoluto de áreas desmatadas. Ainda assim, o Marajó com seus 96% de florestas é um dos principais refúgios da vida amazônica, forte mantenedor do ciclo das chuvas e fundamental para proteção do Rio Amazonas que ruma para encarar de igual pra igual o Atlântico (a pororoca que o diga!), no grande estuário que forma e que abraça o nosso imaginário. Cabe consagrar o Marajó uma Reserva da Biosfera?

Em termos relativos, Salvaterra foi o município marajoara que mais desflorestou em relação à sua área, 11%, seguido de Portel (8,5%) e São Sebastião da Boa Vista (7,6%).


Fonte: INPE.


Como os números mostram, Portel é o município que mais preocupa em termos de desmatamento. Seria um efeito do "arco do desmatamento de Belo Monte", que pressiona Anapu, Pacajá e que agora segue sua sanha para Portel e Bagre? O quanto influenciou o uso do Cadastro Ambiental Rural de Má Fé nesse desmatamento, uma vez que oficialmente este foi criado em 2012?  
Vejamos o comportamento dos incrementos anuais de desflorestamento no município de Portel:


Fonte: INPE

As áreas desmatadas tiveram entre os anos de 2012 e 2016 uma crescente que somaram no período 37.620 hectares. A boa notícia é a queda observada nestes números nos anos de 2017 e 2018, aliás, uma queda substancial (59%) no desflorestamento na região na comparação entre os dois anos. 

Será uma tendência? Em 2019, diante do mundo bizarro que vivemos, os números de desmatamento voltarão a crescer? Talvez estas respostas dependerão da atitude da sociedade portelense em exigir dos gestores ações de combate à exploração clandestina de madeira, grilagem e desmatamento; e continuar perseverando na educação popular para um novo olhar sobre a natureza, a quem exemplifico pelo Centro Manejaí (https://www.manejai.com.br/), o primeiro centro comunitário de manejo florestal no Marajó.


É preciso valorizar as florestas, as pessoas e sua História...

Segue a luta.









3 comentários:

  1. Muito pertinente sua publicação meu caro Carlos, nesse monmome de tantas potilicagem em relação ao desmatamento da Amazônia. Faz necessário uma política mais séria. Também elevo meu repudio a política do governo em desprestigiar um órgão tao Importante que serve de base para nossos estudos e também sobre as ONGS e aos paises que tem contribuído para manutenção de nosdas florestas. Acredito ainda em uma mudança de postura do governo junto aos órgãos internacionais quando a preservação da Amazônia. Daí o legado para aqueles que se peocupam usar os créditos do mecanismo de carbono que possam pagar com benefícios a sua manutenção e preservação para os amazônidas. E isso que queremos. Valorização e o respeito de todos os povos e também do governo.

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