terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Rio Acuti-pereira faz parte agora do Programa de Aquisição de Alimentos da CONAB

Nosso amigo Teofro Lacerda informa que a Comunidade Santo Ezequiel, no rio Acuti-pereira, em Portel, agora participa oficialmente no Programa de Aquisição de Alimentos da CONAB.


Isso mostra que comunidades amazônicas cada vez mais tem seus produtos comprados pelo Governo Federal. Trata-se de uma questão de justiça com o trabalhador e trabalhadora rural de nosso Marajó.







O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) tem a finalidade de incentivar a agricultura familiar e compreende ações vinculadas à formação de estoques estratégicos e à distribuição de produtos agropecuários para pessoas em situação de insegurança alimentar. O PAA destina-se à aquisição de produtos agropecuários produzidos por agricultores familiares que se enquadrem no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), ficando dispensada a licitação para essa aquisição, desde que os preços não sejam superiores aos praticados nos mercados regionais. O PAA é operacionalizado por intermédio de três mecanismos de apoio à  comercialização da produção da agricultura familiar: 

• Compra Antecipada da Agricultura Familiar; 
• Contrato de Garantia da Compra da Agricultura Familiar; 
• Compra Direta da Agricultura Familiar. 


sábado, 26 de novembro de 2011

Chovia nos olhos de Luzia


Breves, maio de 2007


Vão na canoa a mãe
A filha
A avó, a pirralha
A cria
E remando à noite
Implorando
Se humilha
Esmolando um pão
À míngua

Balançando as mãos
Que pediam
O assombro, o escárnio
Ouviam
Jogando ao rio o resto
De si, valia
O que não servem a mim
A ti, vazia

E a garota na proa
Empilha
A vergonha
As bolachas
A vasilha
É lindo o limo
Pra maresia
Bem melhor
Que este indigno
Das vias

Mendigando no casquinho
No escuro
De dia
Desviando o natural
Da trilha
O imundo disforme
Sugeria
Pra uma saia abaixada
Agia

E as mulheres rezavam
Para Luzia
A santinha da luz
Que via
Se esvaírem pro limbo
A alegria
Então chorava
E nas cabeças
Chovia.
Pantoja Ramos
Enviado por Pantoja Ramos em 26/11/2011
Código do texto: T3358418

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Ilha das Cinzas ganhe prêmio FINEP da Região Norte em Tecnologia Social


Foto: FASE

Caríssimos,

Acabei de receber a notícia que a Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas da Ilha das Cinzas – ATAIC, de Gurupá foi o vencedor da categoria Tecnologia Social da Região Norte.

Trabalho exposto: Manejo Comunitário Integrado dos Recursos Ambientais.

Parabéns!


____________________________


FINEP entrega Prêmio de Inovação da Região Norte em Porto Velho


Nesta quinta-feira (24/11), acontece a cerimônia de entrega dos troféus aos vencedores da região Norte do Prêmio FINEP de Inovação 2011. O estado do Amazonas lidera a disputa, com seis  dos nove concorrentes. O evento será na sede da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (FIERO), em Porto Velho (Sala de Convenções, rua Rui Barbosa, 1112, Arigolândia).
Os primeiros colocados regionais em cada categoria vão concorrer à etapa Nacional, com premiação na primeira quinzena de dezembro, em Brasília. A data depende de confirmação pelo gabinete da Presidenta Dilma Rousseff.
Todos os vencedores estão habilitados a receber recursos não reembolsáveis, que variam de R$ 120 mil a R$ 2 milhões, dependendo da categoria premiada,  totalizando R$ 17 milhões. A verba é para ser usada no desenvolvimento de projetos nas áreas de ciência, tecnologia e inovação.
Nesta edição, houve sete categorias – Instituição de Ciência e Tecnologia, Micro e Pequena Empresa, Média Empresa, Grande Empresa, Tecnologia Social e Inventor Inovador (apenas para candidatos com patente depositada no INPI – Instituto Nacional de Propriedade Industrial e efetiva comercialização de suas criações nos últimos três anos). A região Norte não teve concorrentes nas categorias Média Empresa e Grande Empresa. A categoria Inventor Inovador teve quatro inscritos, que não foram pré-qualificados.


Os finalistas, em ordem alfabética, são:
Categoria Pequena Empresa
- Amazongreen Indústria de Comércio de Cosméticos e Perfumaria da Amazônia Ltda  (AM)
- Amazon Dreams Ind. Com. LTDA (PA)
- Ana Maria Reis Vieira (AM)
 
Categoria Instituição Científica e Tecnológica ICT
- Fucapi - Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica (AM)
- Fundação de Amparo à Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico Des. Paulo dos Anjos Feitoza (AM)
- Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (AM)
 
Categoria Tecnologia Social
- Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas da Ilha das Cinzas – ATAIC (AP)
- Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (CAMTA) (PA)
- Fucapi - Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica (AM)

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Carta do Território da Cidadania do Marajó


Ponta de Pedras, 20 de Novembro de 2011.


O Território da Cidadania do Marajó, através do Colegiado de Desenvolvimento Territorial do Marajó - CODETEM, juntamente com FETAGRI, Instituto Peabiru, Sindicatos de Trabalhadores Rurais, Sindicatos de Profissionais da Educação, Colônias de Pescadores, comunidades agroextrativistas, comunidades quilombolas, Associação dos Municípios do Arquipélago do Marajó, deputados, vereadores, organizações não governamentais e entidades governamentais federais, estaduais e municipais reuniram-se nos dias 18,19 e 20 de novembro, no auditório de Cristo da Praia, Município de Ponta de Pedras, para realizar o I ENCONTRO DE GESTÃO TERRITORIAL DO MARAJÓ: Um Olhar Marajoara.

Esta Carta resume as principais demandas levantadas durante os debates sobre a regularização fundiária na Mesorregião do Marajó, bem como da gestão das áreas já destinadas, seja para uso sustentável, seja para a proteção ambiental. Assim, elencam-se como exigências para o avanço territorial no Marajó:


Eixo I: Regularização Fundiária e legislação agrária
ü  Que a Agência Nacional das Águas se manifeste oficialmente sobre a classificação do rio Pará para fundamentar estratégias de regularização de terras a nível federal ou estadual;
ü  Que o Governo do Estado informe à população e implemente o Cadastro Ambiental Rural – CAR;
ü  Que o ITERPA considere os processos coletivos e históricos de uso da terra por comunidades tradicionais para a sua regularização;
ü  Que a Superintendência de Patrimônio da União ao conceder as terras de sua jurisdição para as comunidades, georreferencie tais áreas para uso coletivo;
ü  Que a União e Estado se manifestem oficialmente sobre a regularização fundiária das grandes propriedades rurais no Marajó;
ü  Que o INCRA e a SPU definam critérios e regularizem as terras centrais da Ilha e da parte continental do Marajó em benefício de produtores rurais e famílias agroextrativistas;
ü  Que o INCRA faça os estudos antropológicos para dar agilidade à titulação de terras coletivas das comunidades quilombolas de Salvaterra, Curralinho, Cachoeira do Arari, Ponta de Pedras e Chaves em tramitação;
ü  Que o INCRA e ITERPA dinamizem a criação de novos PAEs  e PEAEX’s no Marajó;
ü  Que SPU, INCRA e ITERPA elaborem mapa de jurisdição de suas ações e socializem para a população;
ü  Que a SPU efetive a regulamentação da área coletiva da vila Recreio do Piriá do Município de Curralinho;
ü  Que o ICMBIO priorize em 2012 a finalização dos Planos de Manejo da RESEX Mapuá, RESEX Terra Grande Pracuúba, RESEX Soure, RDS Itatupã-Baquiá e Floresta Nacional do Caxiuanã, esta com atraso de 46 anos! 


Eixo II: Criação de Unidades de Proteção Integral no Marajó:
ü  Que SEMA, famílias tradicionais da ilha Charapucu, Sindicato de Trabalhadores Rurais e Colônia de Pescadores e AMAM firmem Termo de Ajuste de Conduta de 5 (cinco) anos para amadurecer a melhor forma de gestão do Parque Charapucu, em Afuá;
ü  Que ICMBIO, SEMA, MMA, IBAMA, prefeituras dos municípios do entorno e comunidades tradicionais locais discutam a proteção do lago Arari;
ü  Que SEMA repense a Unidade de Proteção Integral da Costa de Soure para uma Unidade de Uso Sustentável, envolvendo a pesca artesanal como estratégia de proteção;
ü  Que SEMA promova seminários para esclarecimentos da intenção da criação de unidades de proteção integral na região central da Grande Ilha do Marajó;
ü  Que SEMA promova seminários para esclarecimentos da intenção da criação de unidade de proteção integral na Ilha Caviana, em Chaves;
ü  Que a SEMA, IBAMA, MMA e ICMBio discutam com a prefeitura, movimento social de Muaná e produtores rurais locais a criação da unidade de conservação de proteção integral nos berçários naturais na região norte de Muaná (Alto Anabijú, Tauá e região de campos);
ü   Que Ministério da Pesca e Aquicultura, IBAMA e Secretaria Estadual de Pesca e Aquicultura implementem os acordos de pesca para contribuir na proteção ambiental do Marajó.

Eixo III: Candidatura do Marajó a Reserva da Biosfera:
ü  Que SEMA elabore agenda conjunta com o CODETEM, FETAGRI, AMAM para acordos na pauta da defesa do Marajó como Reserva da Biosfera da UNESCO;
ü  Que SEMA, CODETEM, FETAGRI, AMAM promovam debates municipais sobre as vantagens e desvantagens da criação da Reserva da Biosfera do Marajó.

Eixo IV: Zoneamento Ecológico Econômico
ü  Que SEMA apóie a descentralização das secretarias municipais de meio ambiente no Marajó para fortalecer a gestão e a implantação do zoneamento ecológico-econômico;
ü  Que os municípios promovam seminários de gestão territorial para indicar áreas para conservação e proteção integral.
ü  Que o IPHAN, Museu Emílio Goeldi e UFPa contribuam no ZEE através da identificação de sítios arqueológicos;
ü  Que a SPU e municípios construam plano de trabalho para a definição das Léguas Patrimoniais;
ü  Que SEMA, CODETEM, FETAGRI, AMAM liderem debates municipais sobre o zoneamento ecológico-econômico do Marajó.

QUE A CASA CIVIL DA PRESIDENCIA DA REPÚBLICA SE MANIFESTE SOBRE A EFETIVAÇÃO DO PLANO DO MARAJÓ.

Destacam-se como pontos marcantes deste evento os esclarecimentos sobre a legislação fundiária atual; a constatação que a candidatura do Marajó a Território da Biosfera precisa envolver os 16 municípios da mesorregião; a necessidade da proteção da fauna e da flora do Marajó ter a participação decisiva dos marajoaras.

Assinam este documento:

Colegiado de Desenvolvimento Territorial do Marajó – CODETEM
Federação de Trabalhadores da Agricultura no Estado do Pará – FETAGRI
Associação dos Municípios do Arquipélago do Marajó – AMAM
Conselho Nacional de Populações Extrativistas – CNS
Universidade Federal do Pará - UFPA
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Curralinho
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Portel
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Gurupá
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Muaná
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ponta de Pedras
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Cachoeira do Arari
Prefeitura Municipal de Melgaço
Prefeitura Municipal de Ponta de Pedras
Prefeitura Municipal de Chaves
Prefeitura Municipal de Curralinho
Prefeitura Municipal de Muaná
Prefeitura Municipal de Breves
Colônia de Pescadores Z-85- Afuá
Colônia de Pescadores Z-59 – Muaná
Colônia de Pescadores Z-37 – Curralinho
SEMAPESCA-Muaná
Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Pará/SINTEPP-São Sebastião da Boa Vista
Associação Extrativista dos Ribeirinhos do Marajó – ASGRORIMA- Melgaço
Associação Quilombola de Bacabal - Salvaterra
Coordenação das Associações de Remanescentes de Quilombo do Estado do Pará - Malungo
Rede de Educação Cidadã – RECID
Secretaria de Estado de Pesca e Aquicultura – SEPAq
Instituto Peabiru/ Programa Viva Marajó
Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMATER/ regional Marajó
Movimento de Mulheres do Marajó
Vereador Marquinho Baratinha – Curralinho
Vereador Paulo Ronaldo – Curralinho
Vereador Paulo Silva – Curralinho
Vereador Jair Reis – Curralinho
Vereador Edinaldo Silva – Curralinho
Deputado Federal Miriquinho Batista
Superintendência de Patrimônio da União - SPU
Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade – ICMBIO
Secretaria de Estado de Agricultura – SAGRI
Secretaria de Estado de Meio Ambiente – SEMA
Ministério da Pesca e Aqüicultura - MPA


quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Rio terá exibição de documentário sobre Marajó

Na próxima quinta, dia 17 ocorre no Rio de Janeiro apresentação única do documentário "Expedição Viva Marajó", uma produção do Instituto Peabiru e dirigido por Regina Jehá. O filme, de 54 minutos, é um retrato contundente da realidade da população e o ambiente da ilha fluvial localizada no delta do Amazonas. Ele debate as alternativas econômicas para a sobrevivência de comunidades que dependem exclusivamente do extrativismo. 


A exibição fará parte da abertura do VI Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental e contará com a presença da diretora. Além de ser exibido aos personagens do documentário nos 16 municípios do Arquipélago de Marajó, “Expedição Viva Marajó” participou do Festival International de Filmes "Pêcheurs du Monde", do 9º Ischia Film Festival e do 6º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo. 

Abaixo veja o trailer do filme

 http://www.youtube.com/watch?v=QchQoFiZ3wM

Serviço:

Apresentação do Documentário Expedição Viva Marajó.
Data: 17 de novembro de 2011 às 20h.
Local: Cúpula do Planetário na Gávea, Rua Vice-Governador Rubens Berardo, 100, Gávea, Rio de Janeiro.- Ao lado da Puc-Rio

Fonte da informação: http://www.oeco.com.br/curtas/25440-rio-tera-exibicao-de-documentario-sobre-marajo







Exibição do Filme Expedição Viva Marajó na cidade de Portel, no Marajó.
Foto: Instituto Peabiru

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Onde foram nossos pais?
Carlos Augusto Ramos

Uma família de árvores saudáveis tem uma grande variedade de idades, incluindo muitos filhos, uma quantidade média de pais e poucos avós. Isso significa que a família vai continuar reproduzindo bem. Quando não há um bom equilíbrio entre a quantidade de filhos, pais e avós, a espécie pode ter dificuldade de reproduzir
e manter a população.

Um estudo sobre a andiroba mostrou que havia muitos filhos, mas poucos pais e quase nenhum avô na região de São João de Jaburu em Gurupá, no Pará. A maioria das árvores tinha menos de 25 centímetros de diâmetro. O que você acha que aconteceu com todos os pais e avós? Foram explorados para a extração de
madeira. Os moradores da comunidade têm a prática de explorar árvores acima de 30 centímetros.

No entanto, hoje, por causa da escassez de andirobeiras adultas, os comunitários se arrependeram e estão repensando o uso da espécie. Por exemplo, as mulheres da comunidade ligadas à Associação dos Produtores do Jaburu estão planejando aproveitar as sementes de andiroba para extrair óleo - que pode ser vendido ou usado ao longo de muitos anos.

Fonte: Frutíferas e Plantas Úteis na Vida Amazônica. Patricia Shanley, Gabriel Medina; ilustrado por Silvia Cordeiro, Antônio Valente, Bee Gunn, Miguel Imbiriba, Fábio Strympl. Belém: CIFOR, Imazon, 2005.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011