Belém, 8 de dezembro de 2023.
Passei 2023 debatendo sobre os tais mercados de carbono, e digo que é cansativo, pois o tema é complicado. Propositalmente, eu diria.
Por outro lado, infelizmente é fácil entender discriminação e racismo, beliscão na mente que recebi desde o dia em que fui barrado no próprio colégio em que estudava nas altas terras do Jari. Pensam que esqueci??
- Por quê??
- Porque aqui é lugar apenas dos meninos que são “americanos”.
- Por quê, se aqui é Brasil??
E aquele homem brancão com olhar severo disse algo entredentes inaudível e virou as costas para este menino curioso de sete anos.
Tantas décadas depois, quero adentrar pelo portão novamente para dizer que amazônidas merecem atenção, mas o portão permanece fechado para a maioria.
O vigia alvo, ocidente de ideias que mata florestas, memórias e crianças palestinas nos olha severamente, vira as costas e nos deixa, resmungando ameaças de não-futuro.
E quando eu alerto daqui de fora do portão que o capitalismo está nos massacrando e que nos deixem passar para ajudar a resolver a situação, o homem brancão sorri com ar de empáfia e diz que tudo está sob controle, que os mercados solucionarão a mudança do clima, enquanto uma adoecida Terra segue febril, tossindo.
- É, gente, é deste lado do portão que teremos que achar saídas.
As nossas saídas.
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