Lamberto, o Traumatizado, saiu nas ruas em 1992 como legítimo cara - pintada para expulsar o Collor do Palácio do Planalto. Estava apaixonado por sua condição de jovem cidadão.
FORA COLLOR! !! FORA COLLOR!!
Anos depois, na faculdade, após uma palestra sobre Paulo Freire e seu método de ensino, nosso Traumatizado caiu em si sobre o que é uma verdadeira educação libertadora, contraponto da manobra de massas. Deprimiu-se.
Mais algum tempo depois, Lamberto leu artigos sobre a imprensa golpista e juntou as peças: seu Marinho collocou o homem lá. Assim como o introduziu na população, puxou com força um presidente no bel prazer e sadismo que tinha de manipular. Mas não se mexeu no sistema político, que naquele tempo já era execrável, até porque era peça importante da engrenagem que mantinha o poder da mídia.
Simone (outro traumatizado), filho mais velho de Lamberto, saiu dia 15 de março de 2015 para pedir a saída de Dilma em uma espécie de terceiro turno.
Quando viu a programação global esportiva virar cobertura da nova manifestação sem mencionar seus apadrinhados, Lamberto torceu o nariz. Ao ler a faixa de "Basta de Paulo Freire", Lamberto surtou:
NÃO! PAULO FREIRE NÃO! !!
Gritou da porta ao filho:
"SIMONE, AO MENOS LEVE UM CARTAZ ESCRITO ´VALE A PENA VER DE NOVO´. NÃO ESQUECE DO GLOBINHO EM UM DOS ÓS!".
Sentou no sofá. Trocou de canal. Decidiu assistir um programa sobre criação de gado.
Sem traumas.
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