Lamberto, o Traumatizado, cuidava de sua horta quando
chegou em casa bufando seu filho Simone (outro traumatizado). "Que foi
filho? Por que a gastura?". "Esse peste do Temer e seu ministro
disseram que não é mais obrigatória a educação física nas minhas aulas".
"Ora, mas não era tu que tinha uma preguiça danada de ir fazer essa
aula??", retrucou o pai. "É, mas ninguém tem o direito de tirar a
minha escolha de ter preguiça ou não!! Puxa vida, e eu não dava
valor...".
Shana (outra traumatizada), filha de Lamberto, que escutava a conversa
perguntou: "e o que mais saiu da obrigação?". "Sociologia,
filosofia e artes". "Artes?? Humm, eu lembro, me dava bem nessa
matéria...".
Lamberto ironizou "Olha só, parece que voltamos aos anos 80.
Voltamos ao tempo do chevette, da educação moral e cívica, do moedor de
carne... se é assim vou cantar Nas Favelas, No Senado, Sujeira pra todo
lado, Ninguém respeita a Constituição, Mas todos acreditam no futuro da nação...♫♪".
Simone e Shana no refrão "Que país é esse♫♪??!!Que país é esse♫♪??!!".
Riram.
Justo Colares, o amigo-pai de Lamberto que brincava com a pequena Maria
Aneci e a tudo ouvia, falou para a menina: "é minha filha, são tempos de
boçais no poder... se é que já saíram. Mas deixa, a sociologia e a filosofia
tão na arte pra resistir", e cantarolou "♫♪Vim de longe vou mais
longe, Quem tem fé vai me esperar, Escrevendo numa conta, Pra
junto a gente cobrar, o dia que já vem vindo, Que esse
mundo vai virar... ♫♪".
Sem traumas.
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