“Quando
se propõe uma visão da natureza unicamente como objecto de lucro e interesse,
isso comporta graves consequências também para a sociedade. A visão que
consolida o arbítrio do mais forte favoreceu imensas desigualdades, injustiças
e violências para a maior parte da humanidade, porque os recursos tornam-se
propriedade do primeiro que chega ou de quem tem mais poder:
O
vencedor leva tudo...”
Laudato Si/ Encíclica do Papa Francisco
I.
Belém, 06 de julho de 2016.
Caríssimos
e Caríssimas,
Os
três escritos elaborados aqui em desfecho foram pretensiosos em tentar analisar
a Dívida Pública Brasileira e suas implicações na nossa vida. Nem de longe sou especialista no assunto, por
isso, peço perdão se registrei algo indevido. Contudo, sou curioso e sei ainda
indignar-me. Não sinto raiva, o que não ajuda neste mundo já tão conturbado e
sim, ressalto, uma altíssima indignação que me mobiliza a não aceitar e agir
sobre esta situação. Por isso minimamente escrevi sobre o tema na tentativa de
despertar também alguma curiosidade.
Vejam
o gráfico abaixo, por obséquio:
O estranho globo acima resume os estudos de
matemáticos que concluíram sobre a rede capitalista que domina financeiramente
o mundo[1]. De acordo com a pesquisa
de 2011 (porém bastante atual, dada a manutenção e agravamento da concentração
de renda no planeta entorno de poucas pessoas e empresas), envolvendo 43.000
empresas transnacionais, concluiu-se que um pequeno número delas tem um poder
desproporcionalmente elevado sobre a economia global. Tudo isso num respeitável
banco de dados que possui 37 milhões de empresas e investidores.
Das 43.000 empresas transnacionais, 1.318
detêm um controle sobre a economia real que atinge 60% de todas as vendas
realizadas no mundo todo. E destas, dão as cartas somente 147 empresas (a
maioria bancos). É fácil imaginar que algo está muito errado, confirmado pelas
investigações da OXFAM de que 1% da população detém a mesma riqueza que os 99%
restantes[2].
E é isso o que somos, os restantes. Os precariad@s.
Não! Não seremos. Recuso-me!
Teremos a Clarividência de Milton Santos!
A Certeza Educacional de Paulo Freire!
A Dimensão do Local de Edgar Morin!
A Coragem do Papa Francisco!
A Atitude de Zilda Arns!
A Perseverança de Vandana Shiva!
O olhar de um outro mundo possível no rosto
dos estudantes que acordam!
Não seremos mais precariados.
Nem restantes.
E sim humanos.
Vida.
Amor.
Justificáveis.
Então levante a cabeça, mano.
Levante a cabeça, mana.
Levantemo-nos.
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